Sobre o fato de ter sido torturada no período da ditadura militar, Dilma disse que é difícil viver sob um regime desses, que "limita os sonhos". A presidente exemplificou que, na época, até mesmo greves e protestos eram vistos como ofensa ao regime. "Quando jovem, lutei contra a ditadura e me orgulho disso", destacou.
Sobre as torturas que sofreu, Dilma revelou que a única forma de tolerar os abusos físicos e psicológicos é enganando a si mesmo. "Não é fácil tolerar a tortura. Só dizendo pra você mesmo que você pode aguentar um pouco mais e um pouco mais", comentou.
Questionada sobre que tipo de tortura sofreu, Dilma disse que foi torturada como os outros brasileiros da época também eram e que o choque elétrico é a pior forma de tortura. "Qualquer um que tenha praticado tortura perdeu sua humanidade", avaliou, destacando que os regimes que empregam esse tipo de opressão não se sustentam.
Corrupção
A presidente afirmou que a corrupção é uma questão central a ser combatida no Brasil. Dilma disse que sua gestão a frente do País defende "tolerância zero" com atos de corrupção.
Dilma citou o Portal Transparência Brasil, que publica todos os gastos do governo federal em menos de 24 horas após os gastos terem sido realizados. Ela destacou também o papel da Polícia Federal na investigação de crimes na administração pública. Segundo a presidente, 90% dos casos que são hoje levados ao conhecimento público partiram de investigações da PF.
A presidente afirmou ainda que atualmente, no Brasil, corruptos e corruptores respondem pelos crimes, o que é uma postura essencial, já que um não existe sem o outro.
Espionagem
Dilma também comentou o incidente diplomático envolvendo o Brasil e os Estados Unidos, quando foram reveladas práticas de espionagem por parte dos norte-americanos que tinham como alvo empresas e o governo brasileiros, inclusive ela própria. A presidente brasileira isentou o colega norte-americano da responsabilidade sobre o caso. "Não acredito que a responsabilidade da espionagem seja da administração Obama", comentou.
Copa
Na entrevista à CNN, Dilma Rousseff afirmou não ter um conhecimento profundo de futebol, mas disse acreditar que a ausência dos jogadores Neymar e Thiago Silva teve efeito para a derrota por 7 a 1 contra a Alemanha na terça-feira, 8. Ela reforçou, contudo, que apesar da derrota, o País vai saber superar.
Questionada sobre o que diria à chanceler alemã Angela Merkel, Dilma disse que lhe daria os parabéns pela vitória, pois a seleção alemã jogou muito bem. A presidente ressaltou que o futebol é um esporte coletivo, de cooperação, e que nos educa a ter "fair play". "Não é uma guerra, é um jogo", disse Dilma.
A presidente reforçou também que o mundo inteiro deve reconhecer que o Brasil soube organizar e receber a Copa do Mundo, o que também é um mérito da hospitalidade dos brasileiros. Sobre as críticas contra os gastos com o Mundial, Dilma comparou o gasto de cerca de R$ 8 bilhões, aproximadamente US$ 4 bilhões, para construir as arenas com o orçamento do período para saúde e educação. "No mesmo período foram investidos R$ 1,7 trilhão - US$ 850 bilhões - em saúde e educação", defendeu..