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Estado de Minas

Aécio condena tentativa do governo de Dilma de fazer uso político da Copa

No Espírito Santo, presidenciável afirma que evento é de todos os brasileiros. No Congresso, oposição quer CPI para apurar denúncias de corrupção no futebol e em obras para o Mundial


postado em 11/07/2014 06:00 / atualizado em 11/07/2014 06:49

Candidato tucano a presidente faz corpo a corpo em Vitória, capital do estado onde, como mineiro, ele diz se
Candidato tucano a presidente faz corpo a corpo em Vitória, capital do estado onde, como mineiro, ele diz se "sentir em casa" (foto: Orlando Brito/PSDB. )

O candidato à Presidência da República pelo PSDB, senador Aécio Neves, condenou nessa quinta-feira a tentativa do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) de fazer uso político da Copa do Mundo, um evento, segundo ele, de “todos os brasileiros”. Na manhã de ontem, o tucano esteve em Vitória e Vila Velha, no Espírito Santo, estado que classificou como uma “casa” para os mineiros. “Sempre fui muito reto nas minhas palavras: Copa do Mundo é uma coisa, eleição é outra. O governo da presidente Dilma é que, infelizmente, a cada momento, tem uma reação diferente. Quando vieram as manifestações, ela não tinha nada a ver com Copa do Mundo. Quando a Copa dá certo, parecia até que era ela a artilheira da Seleção. Acho que quem vai pagar o preço (pela eliminação) são aqueles que tentaram se apropriar de um evento que é de todos os brasileiros”, afirmou Aécio, completando que ficou atônito com a derrota histórica para a Alemanha.

Aécio Neves viajou a Vila Velha para ato da campanha do candidato ao governo do estado Paulo Hartung, do PMDB. Apesar de o partido peemedebista apoiar nacionalmente o PT, no Espírito Santo o PSDB ocupa a vaga de vice na chapa de Hartung. Ao desembarcar, ele disse que a visita à cidade inspirava sua proposta de “um audacioso projeto” para o Brasil. “Quero iniciar essa minha campanha com o pé direito aqui, pelo Espírito Santo. Para nós, mineiros, estar aqui é estar em casa.” O tucano acusou o governo federal de ter sido “omisso” com o estado e prometeu “refundar a federação no Brasil”. À tarde, o tucano iniciou a campanha no Rio de Janeiro por Queimados, na Baixada Fluminense

CPI da bola

No Congresso, a derrota fragorosa da Seleção Brasileira diante da Alemanha ressuscitou o discurso da necessidade de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar denúncias de corrupção no futebol brasileiro e nas obras da Copa do Mundo. O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) promete retomar a coleta de assinaturas na segunda-feira e pretende ampliar o escopo das investigações para o esquema irregular de venda de ingressos para o Mundial.

Randolfe disse que, antes do início do torneio, as 27 assinaturas foram coletadas, mas que, por uma ação de senadores ligados ao mundo do futebol, alguns parlamentares recuaram, e a comissão não foi instalada. “Não há como não retomarmos essa investigação. Precisamos destrinchar a corrupção tanto na CBF quanto nas federações estaduais”, completou o senador. O parlamentar não vê dificuldades para que a CPI possa acompanhar as denúncias de venda de ingressos por cambistas, mesmo que o esquema esteja sendo conduzido por uma empresa, a Match, credenciada à Fifa (leia mais no Copa.BR).

Presidente da CPI do Futebol que funcionou no Senado no fim da década de 1990, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) acredita que não faltam motivos para a criação da comissão. “Tivemos uma Copa superfaturada, com estádios milionários erguidos com dinheiro público e assentos que custavam três vezes mais do que os comprados para as Copas da Alemanha e da África do Sul”, comparou.

Outro que se manifestou, por intermédio das redes sociais, foi o deputado Romário (PSB-RJ). Ele lembrou que, em 2012, defendeu a instalação de uma CPI da CBF na Câmara para investigar o enriquecimento ilícito de dirigentes, corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. “O pedido está parado em alguma gaveta em Brasília”, criticou.

Futebol renovado

Em entrevista apresentada ontem pela rede de TV CNN, a presidente Dilma Rousseff defendeu uma “renovação” no futebol brasileiro que interrompa a exportação de bons jogadores e sirva como um elemento de atração de espectadores aos estádios, especialmente os que foram construídos para a Copa do Mundo. “Exportar jogador significa não ter a maior atração para os estádios ficarem cheios”, ressaltou. “Qual é a maior atração que um país que ama o futebol como o nosso tem para ir a um jogo de futebol? Ver os craques.” A defesa da renovação do futebol foi feita em resposta a uma pergunta sobre os elevados gastos com a Copa do Mundo. A presidente afirmou que os estádios consumiram apenas US$ 4 bilhões do total e comparou o valor aos US$ 850 bilhões gastos pelas três esferas do governo com saúde e educação entre 2010 e 2013. “O restante dos recursos foi aplicado em obras, como aeroportos”, disse Dilma.

Tempo na TV
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou ontem a estimativa do tempo de rádio e televisão para cada candidato à Presidência da República. Dilma Rousseff (PT) deve ter 11 minutos e 48 segundos, Aécio Neves (PSDB) deve contar com 4 minutos e 31 segundos e Eduardo Campos (PSB), com 1 minuto e 49 segundos. Os outros candidatos terão de 45 segundos a 1 minuto e 8 segundos. A propaganda no rádio e na TV começa no dia 19 de agosto e será dividida em dois blocos diários de 25 minutos cada, um à tarde e outro à noite.

 


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