O presidente da Rússia, Vladimir Putin, desembarca no Rio de Janeiro hoje para mostrar para a Fifa que, diferentemente do que ocorreu no Brasil, Moscou vai assumir todo o projeto da Copa do Mundo de 2018 e dar garantias ao mundo de que tudo estará pronto um ano antes de a bola rolar. No Maracanã, Putin receberá da presidente Dilma Rousseff e do presidente da Fifa, Joseph Blatter, uma bola que simbolizará a transferência do Brasil para os russos da responsabilidade de organizar o Mundial.
Parte da meta de Putin é demonstrar que, apesar da tensão com a Ucrânia e da dor de cabeça que a Fifa teve com o Brasil, ele assumirá pessoalmente o projeto. “O Brasil teve dificuldade com as garantias, o que deixou a Fifa nervosa”, disse o ministro do Esporte da Rússia, Vitaly Mutko. “A mensagem do presidente Putin é de que tudo será cumprido e todas as obrigações serão atendidas”, afirmou Mutko ontem, em entrevista a jornalistas do Brasil e do exterior.
A ordem do Kremlin é demonstrar que o projeto é estatal. O Estado russo vai injetar recursos para construir 12 estádios e dezenas de centros de treinamento, no valor de 104 bilhões de rublos (R$ 6,8 bilhões) e que estarão pontos em 2017, um ano antes da Copa.
Jerome Valcke, secretário-geral da Fifa, já deixou claro que organizar uma Copa em um país sem democracia era mais fácil. No caso da Rússia, analistas não escondem que Putin se transformou nos últimos anos no próprio Estado russo. “Foi Putin quem liderou a campanha para receber a Copa. Ele também é o presidente do Comitê Organizador e passou um decreto com todas as garantias”, explicou Mutko. “Somos um parceiro confiável e Putin está envolvido ativamente nesse processo”, insistiu.
VISTO Torcedores com ingressos para os jogos na Rússia, em 2018, não precisarão de vistos para entrar no país. “Bastará o ingresso e o passaporte”, informou Mutko, que acompanhará Putin hoje ao Maracanã para assistir à final.