Brasília - O gerente-geral de Implementação de Empreendimentos da Petrobras para a Refinaria Abreu e Lima, Glauco Colepicolo Legati, negou nesta quarta-feira, a elaboração da obra tenha ocorrido a partir de uma "conta de padeiro", classificação feita pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. "Não posso concordar com esta afirmação, em função do corpo técnico envolvido em cada fase do projeto", afirmou o gerente, em depoimento à CPI da Petrobras do Senado.
O gerente-geral negou que Paulo Roberto tenha sido responsável pela elevação dos custos da refinaria, suspeita de superfaturamento, segundo investigações do Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal e Ministério Público Federal. Paulo Roberto também ocupou o cargo de presidente do Conselho de Administração de Abreu e Lima. "(O ex-diretor) Não é o responsável pelo aumento, (o custo) aumentou em função da evolução do projeto", destacou. Legati disse que a relação que tinha com o ex-diretor Paulo Roberto Costa era "estritamente profissional".
Para Legati, o ponto de partida correto para o custo de Abreu e Lima é o de US$ 13,4 bilhões, momento da fase 3, quando fica pronto o projeto básico do projeto. Segundo ele, o incremento dos custos ocorreu, entre outros fatores, por causa da adequação do escopo do projeto. O gerente-geral destacou que Abreu e Lima vai fazer parte do complexo de todas as refinarias da Petrobras. Ele disse que o empreendimento vai ter a sua viabilidade econômica, embora ele tenha ressaltado não ser a pessoa mais abalizada para falar sobre o tema.
Legati disse ainda que o fato de a estatal venezuelana de petróleo, a PDVSA, não ter participado da refinaria pernambucana não gerou custos adicionais para a obra. "Não houve nenhum impacto na obra. Ela seguiu, independente da participação da Venezuela", afirmou.