A alteração do atual modelo é uma reivindicação antiga das centrais sindicais e atende diretamente aos interesses de aposentados e pensionistas, mas especialistas temem que ela possa causar um desequilíbrio nas contas da Previdência.
Integrantes da equipe de Campos têm debatido internamente como viabilizar a proposta, que deve ser incluída na nova versão do programa de governo do candidato prevista para ser apresentada até o fim do mês.
Em dezembro do ano passado, em encontro com representantes sindicais, Campos defendeu a viabilidade econômica do fim do fator previdenciário. Na época, o presidenciável argumentou que o governo federal resistiu em promover a mudança no sistema previdenciário, que segundo ele traria um impacto de R$ 9 bilhões aos cofres públicos, mas não poupou recursos para financiar as desonerações fiscais com o intuito de aumentar o consumo no País.
Criado em 1998, durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o mecanismo tem como objetivo desestimular aposentadorias precoces, mas chega a reduzir o valor do benefício em até 30%. Em 2009, o Congresso aprovou a sua extinção, mas a medida provisória foi vetada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No ano passado, depois da onda de manifestações de junho, o governo da presidente Dilma Rousseff acenou com a possibilidade de rever o fator previdenciário para acalmar os ânimos das centrais sindicais, mas as negociações não avançaram.
Dilma e o tucano Aécio Neves, adversários de Campos na corrida presidencial, ainda não se pronunciaram sobre o assunto nesta campanha.
Ao núcleo sindicalista que o apoia, ligado ao deputado Paulo Pereira da Silva (SDD), da Força Sindical, Aécio tem dito que a sua equipe técnica está analisando a viabilidade do tema.
Propostas. Em terceiro lugar nas pesquisas, estacionado no patamar dos 10% das intenções de voto, Campos vai apostar em propostas populares para ganhar visibilidade e conquistar o voto do eleitor.
Na terça-feira, o candidato do PSB anunciou que iria defender a bandeira do passe livre estudantil, uma das reivindicações dos milhares de jovens que foram às ruas nas manifestações do ano passado.
Campos não detalhou de onde sairiam os recursos para custear o transporte gratuito, mas sinalizou que a União poderia adotar medidas como a desoneração de setores e a diminuição do preço do combustível..