Em nota divulgada nesta sexta-feira, a Secretaria de Imprensa do Planalto informou que "despesas relativas à estadia" foram bancadas pelo governo cubano. "A Presidência da República apenas cedeu a hospedagem ao presidente de Cuba, Raúl Castro. Todas as despesas relativas à estadia ficaram a cargo do governo cubano", destacou o comunicado. Procurada para comentar sobre a recepção na Granja do Torto, a embaixada de Cuba em Brasília não retornou o contato.
Fontes do governo brasileiro disseram que Raúl Castro trouxe de Havana e da embaixada de Cuba o pessoal que trabalhou no jantar, especialmente o cozinheiro - medida considerada de segurança. A equipe de apoio do presidente cubano causou mal-estar entre os próprios servidores da Granja do Torto. Seguranças de Raúl Castro queriam fechar a área reservada à imprensa no gramado em frente à portaria da residência, onde o Planalto construiu um abrigo para jornalistas.
Raúl Castro veio ao Brasil para o encontro dos Brics e da Unasul. Na tarde desta quinta-feira, o Planalto já havia divulgado, também em nota, que o dirigente cubano pediu estadia na Granja do Torto. Os demais chefes de Estado que estiveram na capital federal ficaram em embaixadas e hotéis da cidade.
Foi a primeira vez que a residência serviu de local para uma confraternização promovida por um chefe de Estado estrangeiro. Nos governos de João Figueiredo (1979-1985) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), a residência era utilizada por eles com frequência para encontros de confraternização e de recepção a políticos brasileiros ou mesmo líderes do exterior. Tanto Figueiredo quanto Lula chegaram a morar na casa, que tem estilo de fazenda. O último presidente da ditadura criava cavalos no haras da propriedade. Já Lula recebia ministros e assessores para reuniões de trabalho, festas juninas e partidas de futebol.
Com Agência Estado .