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Estado de Minas

Candidatos apostam na colaboração de internautas para engordar o caixa das campanhas

Entre os três principais presidenciáveis, Aécio é o único que ainda não encampou a ideia


postado em 19/07/2014 06:00 / atualizado em 19/07/2014 06:49

Brasília – Desde 2008, com a campanha virtual do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que arrecadou US$ 1,2 bilhão, as doações on-line entraram no leque de opções de financiamento dos candidatos. Nas eleições passadas, Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) apostaram na ferramenta e, neste ano, tanto a chapa da petista quanto a da socialista, encabeçada por Eduardo Campos (PSB), vão reeditar a iniciativa. Os núcleos das duas campanha estão concluindo as avaliações para viabilizar o sistema, previsto para entrar no ar nas próximas semanas. Dos três principais candidatos, o tucano Aécio Neves é o único que ainda não encampou a ideia.

De acordo com Alexandre Carvalho, gerente de projetos de uma empresa responsável por criar a ferramenta de doação virtual, o número de interessados em usar esse tipo de plataforma cresceu exponencialmente desde 2010. “Foi de 10 para 130. A procura nos surpreendeu. Acho que o assunto ainda era um tabu nas eleições passadas, mas os candidatos viram que deu certo”, diz. Há quatro anos, Dilma e Marina conseguiram cerca de R$ 170 mil cada uma via internet.

Carvalho acredita que muitos candidatos tenham optado pelo sistema por causa da facilidade. De acordo com ele, o formulário é incluído no site do político, e o eleitor escolhe o quanto quer doar. “O candidato homologa as doações que ele puder receber, respeitando a legislação eleitoral, e o valor é debitado do cartão de crédito do doador. Depois, o próprio sistema gera uma lista para prestação de contas”, explica.

Líder da minoria na Câmara, o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) acredita que a ferramenta vai encorpar o caixa dos candidatos brasileiros este ano. “Seria bacana se pudéssemos usar com facilidade a agilidade da internet para envolver os eleitores”, diz. Candidato à reeleição na Câmara, o deputado, entretanto, ainda não decidiu se usará o mecanismo este ano.

Entraves O deputado Alessandro Molon (PT-RJ), que relatou o texto do Marco Civil da Internet, explica que, por mais que a rede possa facilitar o financiamento da campanha, nem sempre vale a pena utilizar o recurso. “Pelas contas que eu fiz na eleição passada, não valia a pena”, conta.

Um dos problemas, segundo ele, é a burocracia, que atrapalha o sistema de doação por depósito bancário. “A legislação obriga a prestar conta de quem doou. É preciso ter todos os dados. Se alguém faz um depósito e eu não consigo dizer de onde veio o dinheiro, em vez de o recurso me ajudar, ele me complica”, justifica. A sugestão do deputado é que os bancos disponibilizem um instrumento capaz de baratear esse tipo de doação. “Seria um bom negócio para eles e para os candidatos”, diz. (Colaborou Naira Trindade)


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