Jornal Estado de Minas

Candidatos declaram bens que vão desde carroça até Ferrari

Na declaração de bens que os políticos entregaram à Justiça Eleitoral, há de tudo um pouco, incluindo um carro importado que custa R$ 714 mil e um burro avaliado em R$ 500

Juliana Cipriani
Mais do que um instrumento de transparência, que ajuda o eleitor a fiscalizar a evolução patrimonial dos seus candidatos, as declarações de bens feitas à Justiça Eleitoral e disponíveis a quem quiser ver expõem um pouco da intimidade dos políticos.
Nas listas que vão de contas zeradas a patrimônios milionários, alguns dos 24,6 mil nomes registrados declaram possuir desde carroça, cavalo e burro até lanchas e luxuosas ferraris que custam mais de meio milhão de reais. Há ainda quem informe possuir kits de som, ferramentas e linhas telefônicas.

As curiosidades ou peculiaridades mudam de norte a sul do país. O candidato a presidente Eymael (PSDC), por exemplo, declarou possuir uma balsa salva-vidas de R$ 7 mil, que provavelmente usa na embarcação de R$ 123,7 mil que também informou possuir. Na Bahia, o candidato a deputado estadual Adriano Meireles (PR) listou entre os bens uma pá carregadeira de R$ 150 mil e uma lancha de R$ 140 mil.

Adepto
de esportes náuticos, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB), que quando ocupava o posto político mais alto do país era fotografado andando de jet ski, além do equipamento possui duas lanchas. Mas estes não são os seus bens mais caros.
Entre os 14 carros que o agora candidato a senador por Alagoas listou, Collor tem uma Ferrari Scaglietti de R$ 556 mil e uma BMW 760IA de R$ 714,4 mil.

Carros de todo tipo também foram declarados por candidatos de Minas Gerais, mas os de maior valor são do deputado estadual Braulio Braz (PTB). Entre os nove veículos que constam de seu patrimônio, o parlamentar, que tenta um novo mandato, listou um Maserati Granturismo de R$ 580,3 mil e uma Ferrari California de R$ 500,6 mil. Enquanto isso, o vereador Adriano Ventura (PT) e o Gordo Dentista (PMN) declararam jeeps Willis, anos 1942 e 1963, respectivamente. Já Canecão (PMN) tem um fusca 1974.

Também entre os candidatos mineiros a deputado estadual, Alexandre Carreirinha (PSL) tem um patrimônio de R$ 15 mil em ferramentas de mecânica, e Sapori (PTN), entre outros bens, colocou nove bicicletas cargueiras somando R$ 13,4 mil. Antônio Carlos (PT) registrou kits de som volante e profissional. O deputado estadual que tenta a reeleição Celinho do Sintrocel (PCdoB) declarou ao TRE ter R$ 100 mil “guardados em lugar seguro”.

Candidato a deputado federal pelo Paraná, o vereador Paulo Rocha (PSB) declarou à Justiça Eleitoral possuir dois cavalos e uma carroça, somando R$ 20 mil. Na Bahia, o Galo Cego, que concorre a uma vaga de deputado estadual, comunicou ter um cavalo e um burro, cada um valendo R$ 500. Também disse possuir 10 bezerros e 10 bezerras, valendo R$ 10 mil. Curioso é que o também baiano Bira do Jegue (DEM), apesar do nome, não declarou possuir nem mesmo o animal como patrimônio.

Entre cabeças de gado, fazendas e outras declarações rurais também está Doutor Wagner (PPS), que concorre a uma cadeira na Assembleia do Piauí.
O candidato listou reprodutores e um plantel de novilhas. Mudando completamente de área, o jornalista Edmilson Sanches, que pretende se tornar deputado federal pelo PCdoB, informou no patrimônio R$ 150 mil em livros e outros itens bibliográficos. Já entre os que declararam linhas telefônicas está o deputado estadual mineiro Bonifácio Mourão (PSDB), que informou ter cinco entre fixas e móveis totalizando R$ 10,4 mil..