A estratégia de aproximação com os movimentos sociais não para aí. No dia 7 de agosto, Dilma receberá o apoio de dirigentes de cinco centrais num megaencontro marcado para o Ginásio da Portuguesa. Até um grupo da Força Sindical, entidade que aderiu à campanha do candidato do PSDB, Aécio Neves, reforçará o coro pró-Dilma. O ato reunirá, ainda, dirigentes da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), da Conlutas e da Nova Central, além da CUT.
Irritada com a rede de intrigas e o fogo "amigo" que tomaram conta do núcleo de sua campanha, Dilma pediu ao presidente do PT, Rui Falcão, que acalme o partido e abafe as divergências na equipe. A ordem é investir na divulgação de números positivos do governo e polarizar cada vez mais a disputa com Aécio.
Na eleição de 2010, a então candidata do PT teve apoio quase unânime de todas as centrais. Nos últimos tempos, porém, a presidente se distanciou dos movimentos sociais e enfrentou protestos.
Queda de braço
Coordenador da campanha, Falcão procurou amenizar, na última segunda-feira, 14 , a queda de braço no comitê da reeleição, que já preocupa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há tensão e mal estar no Palácio do Planalto e no comitê com o jornalista Franklin Martins, ex-ministro da Comunicação de Lula e responsável pelo monitoramento das redes sociais na equipe de Dilma. Motivo: o site "Muda Mais", sob a responsabilidade de Franklin, publicou no dia 9 um post com fortes críticas ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin.
Dilma não gostou e o comitê foi alvo de rumores de que Franklin -- em rota de colisão com o marqueteiro João Santana -- entregaria o cargo, o que não ocorreu. Na prática, Franklin e Santana têm várias discordâncias sobre como conduzir a comunicação da campanha.
"Houve uma divergência momentânea, totalmente superada", afirmou Falcão. "Ter ideias diferentes faz parte de qualquer campanha. Isso não significa crise. Temos todos uma relação de respeito, sem estresse". O presidente do PT negou que, a partir de agora, as publicações do site "Muda Mais" tenham de passar pelo seu crivo ou pela análise de Dilma. "O Muda Mais não tem autocensura nem é controlado pelo PT", insistiu Falcão..