Reportagem publicada nesse domingo pelo jornal Folha de S.Paulo afirma que, no fim do segundo mandato de Aécio como governador de Minas o Estado gastou quase R$ 14 milhões para a construção de um aeroporto dentro de uma fazenda do tio-avô do tucano, Múcio Guimarães Tolentino, de 88 anos.
O parente do tucano foi prefeito da cidade de Cláudio, na qual a família de Aécio também é dona de uma fazenda. A propriedade foi herdada de sua avó Risoleta, que morreu em 2003 e era irmã de Múcio e viúva do ex-presidente Tancredo Neves.
Questionado se o caso envolvia investimento de dinheiro público em um empreendimento privado, Aécio disse ser "exatamente o contrário" e que o PSDB já havia explicado os detalhes da obra em nota enviada à imprensa. No texto, o partido alega que o aeroporto está construído em terras públicas, "não havendo portanto o investimento público em área privada".
Segundo a reportagem, a área do aeroporto foi desapropriada pelo governo de Minas, que fez um depósito judicial de R$ 1 milhão pelo terreno. O tio-avô de Aécio contesta o valor.
"Não se trata também de construção de um novo aeroporto, mas de melhorias realizadas em pista de pouso que existia há mais de 20 anos no local, realizadas por meio do ProAero, programa criado no governo Aécio Neves e que garantiu investimentos em inúmeros aeroportos do Estado", afirmou o partido na nota. A obra foi executada pelo Departamento de Obras Públicas do Estado (Deop).
O PSDB alegou ainda que Aécio não é proprietário da fazenda da Mata, que fica situada a 6 quilômetros do aeroporto de Cláudio. "O imóvel é de propriedade do espólio da avó da Aécio, Risoleta Neves - portanto, pertence aos três filhos dela. A fazenda está há cinco gerações na família. A bisavó do senador nasceu no local", disse o partido.
Interesse público
Ainda de acordo com a nota, o programa ProAero previu um aeroporto local de pequeno porte no município. "A escolha da área se deu por critérios técnicos, não tendo interferido na decisão o fato do proprietário à época ser ou não ser parente do então governador. Já havia no terreno em questão uma pista de pouso construída há 20 anos, o que tornaria a obra muito mais barata. Prevaleceu exclusivamente o interesse público..