O candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) iniciou seu discurso na inauguração do comitê de campanha, em São Paulo falando sobre a "crise de representatividade" na democracia brasileira. Campos voltou a bater na tecla dos ciclos pelos quais o Brasil passou na história recente, de reconquista da democracia, estabilização econômica e de inclusão social, e disse que é chegada a hora da "renovação" política.
O candidato também reforçou o discurso contrário à polarização entre PT x PSDB, que tem se desenhado nos resultados das últimas pesquisas de intenção de voto. "Temos a possibilidade de unir o Brasil, de acabar com a dicotomia da polarização que toca o Brasil há mais de 20 anos", disse. Campos colocou a chapa que encabeça como opção que pode cuidar tanto do lado econômico como do lado social.
Campos argumentou que, com um orçamento de R$ 100 bilhões para a educação, o Brasil pode adiantar a agenda do Plano Nacional de Educação e fazer a escola integral em quatro anos. Na área da saúde, fez críticas indiretas ao programa do governo federal Mais Médicos ao dizer que não se pode seguir com uma "política de criminalização dos médicos, que joga o povo contra os médicos". O evento conta com a participação do presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto d'Avila.
O pessebista criticou decisões do governo Dilma Rousseff na área de energia e com relação à Petrobras. Segundo Campos, graças à política equivocada do governo federal, o setor elétrico brasileiro passa por um de seus momentos "mais duros". "Ninguém pergunta de onde vêm os R$ 50 bilhões para botar nos cofres das empresas de energia, ninguém pergunta como a Petrobras tem R$ 50 bilhões para segurar o custeio de decisões eleitoreiras da Presidência da República", disse, argumentando que essas correções de orçamento poderão financiar melhorias na saúde, a escola integral e propostas como o Passe Livre.
Campos falou ainda dos erros na economia que levaram à alta de juros e à estagnação do crescimento. "O governo que prometeu desenvolvimento freou o Brasil, que prometeu taxas de juros mais baixos, legou juros mais altos", disse. O candidato afirmou ainda que é preciso acabar com as "forças patrimonialistas e fisiológicas" que rondam o governo Dilma. Antes dele, Marina Silva havia falado sobre a necessidade de fazer uma política "programática" e acabar com o fisiologismo.