Jornal Estado de Minas

Pimentel critica "descaso" do governo de Minas e promete mais bombeiros

A promessa de Fernando Pimentel, caso eleito em outubro, é aumentar o efetivo e firmar parcerias para o atendimento, especialmente para o treinamento de voluntários nos locais onde não há destacamento

Isabella Souto Daniel Camargos
Pimentel pediu votos em Caratinga e voltou a criticar gestão tucana - Foto: Divulgação/Comitê de Campanha
O candidato do PT a governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), criticou nessa segunda-feira o que classificou de “descaso” do governo estadual com a área de segurança pública ao comentar sobre o funcionamento do Corpo de Bombeiros Militar (CBM). Isso porque, do total de 853 municípios, 54 têm sedes da corporação, cujas unidades ficam responsáveis por atender um grande número de cidades. Dessa forma, cerca de 8 milhões de pessoas moram em locais que não têm bombeiros instalados.


A promessa do petista, caso eleito em outubro, é aumentar o efetivo e firmar parcerias para o atendimento, especialmente para o treinamento de voluntários nos locais onde não há destacamento. “Em 12 anos (de governo do PSDB) esse problema não foi resolvido. Eles não podem se queixar de falta de tempo. Tempo eles tiveram”, reclamou Pimentel, que fez campanha em Caratinga, Vale do Rio Doce, ao lado do candidato a vice-governador, Antonio Andrade (PMDB), e ao Senado, Josué Alencar (PMDB).

As críticas ao governo mineiro não se limitaram à área de segurança. Fernando Pimentel questionou também o “abandono” e “omissão” com a região do Vale do Rio Doce.

Citou como exemplo as dificuldades vividas pelo Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, situado em Caratinga. A direção do hospital teria dito ao candidato que a instituição tem hoje um déficit mensal de R$ 350 mil e um endividamento de R$ 4 milhões.

“Eles estão trabalhando para rever essa situação, mas não estão tendo apoio do governo estadual”, disse o petista. Dessa forma, o investimento em hospitais regionais foi outra promessa apresentada por Pimentel, que assegurou atuar também no caso envolvendo Caratinga. “Teremos um governo de forma participativa, regionalizada e eficiente”, completou Pimentel.

Questionado sobre os planos para a educação, o candidato do PT lembrou que já se comprometeu a criar uma mesa permanente de negociação com os sindicatos representantes dos professores da rede estadual para tentar recuperar o salário da categoria e valorizar os profissionais. Mas ressaltou que a tarefa não será fácil, pois o estado estaria endividado e com “dificuldades financeiras graves”.

Ao prometer investir na educação, Fernando Pimentel alega que poderá atingir outra área: o combate ao uso das drogas. Na avaliação dele, os índices de usuários de drogas e homicídios de jovens estão diretamente ligados ao “abandono” das políticas públicas de educação e segurança. “Temos que atrair os jovens para escolas de qualidade. E temos que encarar o problema no seu conteúdo regional”.

O candidato aproveitou para mais uma vez criticar as gestões de Aécio Neves (2003-2010) e Antonio Anastasia (2010-2014): disse que o estado deveria ter seguido o exemplo da presidente Dilma Rousseff (PT), que em 2011 criou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) para ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica.

Indignado

Sobre o Corpo de Bombeiros, o candidato tucano ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, disse que a corporação foi “fortemente equipada”. “Ele (Pimentel) quer criticar. Ele critica coisas que não existem, com acusações absurdamente infundadas.
Não vou fazer isso, pois é uma grosseria, mas a vontade que tenho é de mandá-lo voltar a estudar”, atacou Pimenta, que na noite desta segunda-feira se encontrou com candidatos a deputados de sua coligação no Bairro Prado, Região Oeste de Belo Horizonte.

O candidato tucano Pimenta da Veiga também se mostrou ontem indignado com as críticas feitas por Pimentel, de que os governos tucanos levaram Minas a perder posição no ranking das maiores economias do país. Segundo ele, o petista está mal informado sobre os assuntos de Minas. “Como um economista e ex-ministro do Desenvolvimento fala uma bobagem igual a que ele falou? Ele disse que Minas perdeu posição em relação ao Rio de Janeiro. O dado oficial do IBGE é de que o Rio sempre teve uma economia maior do que a de Minas Gerais”, destacou Pimenta.

 

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