O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, na tarde desta terça-feira, a política econômica adotada pelo governo Dilma Rousseff e rebateu as críticas feitas por seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso. "Quando ele deixou a Presidência, pegamos uma inflação de 12,5%. Estabelecemos a meta de 4,5% e cumprimos. Ou seja, é plenamente possível manter (a meta) por 12 anos, como mantemos", disse, após participar de palestra para químicos, em Praia Grande (SP).
Para Lula, no entanto, essa bandeira da oposição não terá sucesso. "Estou muito tranquilo com relação ao futuro do crescimento do Brasil", disse. De acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central, a previsão de crescimento da economia brasileira em 2014 recuou de 1,05% para 0,97%. Foi a oitava vez consecutiva que o mercado revisou o número para baixo.
Segundo o ex-presidente, o baixo crescimento do PIB é explicado por "dois problemas". "Temos uma crise mundial e que fez com que o comércio do mundo diminuísse", afirmou. Lula disse que a segunda razão é "um problema de investimento interno". Ele ponderou que neste caso há soluções, já que as obras foram anunciadas. "Já tem bilhões de reais colocados para infraestrutura. Essas obras estão sendo preparadas, canteiros de obras estão sendo preparados", afirmou.
Lula destacou ainda que a Petrobras também trabalha para acelerar o crescimento do País. "A Petrobras está agora pegando no breu, para poder atingir 4 milhões de barris por dia."
Aécio
Questionado sobre as denúncias envolvendo o candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, Lula esquivou-se e disse que "não comenta denúncia". "Denúncia tem que ter um processo de investigação para saber se tem procedência ou não", disse. "A denúncia foi feita, mas agora precisa ser investigada."
Sobre o desempenho da presidente Dilma Rousseff na corrida eleitoral, Lula disse que a campanha "vai começar agora e ela vai crescer (nas pesquisas)". Ao pedir votos para Dilma, Lula disse aos trabalhadores que mantenham a crença na política econômica do governo.
"Queria que vocês levassem isso em conta para que a gente não sofresse nenhum revés, para que continuasse com esse País sóbrio, maduro, sem dificuldades na economia por conta de uma crise que está demorando", afirmou.
Lula participou na manhã desta terça de uma palestra no 8º Congresso da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar), no município do litoral. Depois do evento, o ex-presidente almoçou com prefeitos da baixada santista.