Com a campanha em crise, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, desembarcou nesta quarta-feira, 23, em Brasília para se encontrar com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada. Na véspera de Dilma viajar para o Rio, para tentar neutralizar o movimento de apoio do PMDB ao tucano Aécio Neves na disputa presidencial, Padilha procurou salvar sua candidatura em meio à polêmica do palanque duplo nos dois maiores colégios eleitorais do País.
"Não tem estresse nenhum. Já coordenei a campanha de Dilma em São Paulo, em 2010, e sei que nessas horas é preciso conversar com todo mundo, com governadores, candidatos, até com prefeitos do PSDB e do DEM", disse Padilha, após deixar o comitê de Dilma, onde se reuniu por duas horas com o presidente do PT, Rui Falcão.
Questionado se não era constrangedor ver a presidente dar prioridade ao palanque de Skaf, sem definir atos de campanha com o PT, Padilha desconversou. "Não tem ataque de nossa parte. É só dar o microfone na boca dos candidatos que eles se revelam. Vai perguntar como tratam, por exemplo, os movimentos sociais", afirmou o petista, sem dizer a quem se referia, e entrando no carro em direção ao Palácio da Alvorada.
PMDB
Dilma participará nesta quinta-feira, 24, de um jantar em São João de Meriti, no Rio, com o governador Pezão, que concorre ao segundo mandato, e com prefeitos do PMDB. Trata-se de uma tentativa de implodir o movimento "Aezão", articulado pelo grupo do PMDB que apoia Aécio e Pezão. O ato, batizado de "Dilmão", irritou o candidato do PT ao governo do Rio, Lindbergh Farias.
Em São Paulo, o PMDB do vice Michel Temer tenta marcar o primeiro evento de campanha com Dilma e Skaf para o dia 23 ou 30 de agosto. A ideia é organizar o primeiro palanque duplo para Dilma e Skaf em Jales, no interior paulista, e depois na Baixada Santista. Padilha está com 4% das intenções de voto, bem atrás de Skaf e do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que lidera a disputa. O marqueteiro Duda Mendonça, responsável pelo programa de TV de Skaf, ainda tenta evitar que Skaf se associe à imagem de Dilma, uma vez que o índice de rejeição da presidente é alto, principalmente em São Paulo.
Nesta quarta, contudo, o candidato do PMDB ao governo estadual afirmou que sua candidatura é "independente" e que não teria espaço em sua chapa para palanque duplo.