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Estado de Minas

TRE registra variação expressiva na declaração de bens de vereadores de BH

Em dois anos, declarações de bens dos vereadores que vão concorrer a uma vaga de deputado tiveram grandes variações, negativas e positivas, chegando a 1.623%


postado em 24/07/2014 00:12 / atualizado em 24/07/2014 07:25

Os 18 vereadores de Belo Horizonte que tentam se tornar deputados estaduais ou federais nas eleições de outubro declararam à Justiça Eleitoral patrimônios que, juntos, somam cerca de 10 milhões. Em dois anos, desde que alguns se tornaram parlamentares pela primeira vez e outros foram reeleitos para a Câmara Municipal, foram computadas variações financeiras dos bens apresentados que vão desde saldos negativos até a acréscimos de 1.623%.

Dono de um patrimônio de R$ 1,89 milhão, que pouco cresceu desde 2012, segundo declarou ao TRE, o vereador novato Coronel Piccinini (PSB), que agora tenta um mandato de deputado estadual, é quem tem a maior cifra apresentada. Além de um apartamento de R$ 1 milhão
no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste da capital, ele listou três casas, cotas de participação em uma empresa, contas bancárias e R$ 80 mil disponíveis em espécie. “Sou o vereador mais velho da Câmara e coronel da PM. Nesses 30 anos de serviço e mais alguns da reserva, é o que pude amealhar. Além disso, sou filho único e meus pais falecidos deixaram alguns bens para mim”, afirma.

Na outra ponta, o vereador Gunda (PRP), assim como fez há dois anos, disse não ter bens a declarar. Já os outros colegas variaram os valores. O petista Arnaldo Godoy, por exemplo, ampliou o patrimônio em 1.623%, passando de R$ 26 mil para 448 mil. Em 2012 ele tinha apenas R$ 1 mil na poupança e um carro popular. Na declaração deste ano, porém, Godoy informou ter, além do veículo, um apartamento no Caiçara e recursos em um banco federal. “Sou vereador há 20 anos e tenho 38 anos trabalhando, fui juntando dinheiro e comprei um apartamento”, conta.

Já o vereador Gilson Reis (PCdoB), apesar de constar no registro do TRE um aumento de 410% no seu patrimônio, diz ter empobrecido. Em 2012 ele informou ter dois carros, uma construção em Nova Lima e cotas de uma empresa, somando R$ 79,1 mil. Na declaração deste ano, há ainda três carros, aplicações em conta bancária e um empréstimo, totalizando R$ 405,3 mil. “Pelo contrário, perdi patrimônio. Vendi meu apartamento para pagar parte da dívida da campanha a vereador. O resto guardei para no futuro comprar outro”, informou. A assessoria do vereador informou que Gilson errou a declaração de 2012, quando deixou de declarar ao TRE que tinha um apartamento de R$ 132 mil que foi vendido.

Enquanto isso, o vereador Bruno Miranda (PDT) ampliou o patrimônio em mais de quatro vezes. O apartamento de R$ 120 mil declarado em 2012 deu lugar a outro de R$ 480 mil financiado pela Caixa Econômica Federal e ainda sobrou dinheiro na poupança e em espécie, totalizando bens de R$ 518,8 mil. “Estou é devendo até a alma, são 30 anos de financiamento”, afirmou.

O vereador Pablito (PV) aparece no registro do TRE com uma redução de 80% do patrimônio, mas disse já ter procurado a Justiça Eleitoral para corrigir o erro. Conforme consta da declaração apresentada em 2012, ele tinha R$ 528,9 mil, sendo a maior parte referente a um apartamento no Bairro Santo Antônio, parte de dois lotes em Capitólio, uma motocicleta, cotas de capital de empresa e R$ 40 mil em aplicação. Este ano, até ontem, constavam apenas um carro, que o vereador diz já ter vendido, uma motocicleta e cotas de uma consultoria, mas Pablito diz que vai completar o patrimônio, passando para R$ 660 mil.


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