"Existem muitos níveis de responsabilidade.
A ideia é mostrar, inclusive na TV, que a imagem de boa gestora com a qual o ex-presidente Lula recomendou Dilma para emplacá-la como sua sucessora na eleição passada não se confirmou não só nesses três anos de governo, mas que nunca existiu, nem mesmo quando ela era ministra na gestão anterior. A decisão de manter a estratégia de abordar o aspecto moral de Dilma ocorre em meio ao primeiro significativo questionamento ético da campanha tucana: a revelação de que Aécio, quando governador, desapropriou um terreno dentro da fazenda de seu tio e autorizou a construção de uma pista para aviões na propriedade rural, que fica próxima também a sua fazenda.
O coordenador nacional do comitê de Aécio, senador José Agripino (DEM-RN) explica os argumentos. "Ela era vendida pelo Lula como uma gestora que participa e conhece todos os pontos daquilo que comanda, então essa imagem falece com a responsabilização, pelo TCU, da equipe que ela manteve em seu governo. Na campanha, isso será colocado para que o eleitor não vote em gato por lebre."
A estratégia adotada por Aécio continuará sendo a de não personificar na presidente, pois ele acredita que esse tipo de ofensiva desagrada o eleitor. Portanto, quando o tucano foca a artilharia nos fracassos do governo petista, isso inclui a explicação do prejuízo de US$ 800 durante a gestão do PT.
O ex-vice governador de São Paulo e integrante da equipe do presidenciável tucano, Alberto Goldman, afirmou que não concorda com a decisão do TCU. "Foi uma decisão de ordem política e não técnica, porque o TCU é constituído de membros políticos, indicações de peso político e não é correta, na minha avaliação." Mas, independentemente disso, Goldman acredita que o tema estará presente nos debates eleitorais.
Com Agência Estado .