A partir desse raciocínio, o objetivo da campanha tucana é tentar mostrar que a imagem de boa gestora, com a qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou Dilma para emplacá-la como sua sucessora na eleição passada, não se confirmou.
A decisão de manter a estratégia de abordar o "aspecto moral" de Dilma ocorre em meio ao primeiro significativo questionamento ético da campanha tucana: a revelação de que Aécio, quando governador, desapropriou um terreno dentro da fazenda de seu tio e autorizou a construção de uma pista para aviões na propriedade rural, que fica próxima também à sua fazenda.
O coordenador nacional do comitê de Aécio, senador José Agripino (DEM-RN), justifica o discurso. "Ela era vendida pelo Lula como uma gestora que participa e conhece todos os pontos daquilo que comanda, então essa imagem falece com a responsabilização, pelo TCU, da equipe que ela manteve em seu governo."
O ex-vice governador de São Paulo e integrante da equipe de Aécio, Alberto Goldman, criticou a decisão do TCU. "Foi uma decisão de ordem política e não técnica, porque o TCU é constituído de membros políticos, indicações de peso político, e não é correta, na minha avaliação."
Mas, independentemente disso, Goldman acredita que o tema estará presente nos debates eleitorais. "(A absolvição) pode até ser um argumento usado por ela para se defender, mas o nosso argumento será dizer que gente da equipe dela dá prejuízo milionário aos cofres públicos e isso é grave." .