O criminalista Nelio Machado, que defende o engenheiro Paulo Roberto Costa, declarou que nas duas ações penais instauradas contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás não há nenhuma referência à planilha com nomes de empreiteiras e supostas doações. Segundo Machado, as testemunhas ouvidas em um dos processos “nada declararam nessa direção”.
Para o advogado, as acusações contra Costa “são uma presunção, não propriamente uma decorrência de investigação policial”. Machado disse que o ex-diretor da estatal “jamais falou sobre isso (as informações da planilha e da agenda pessoal)”.
Na planilha manuscrita usada para identificar as supostas origens do dinheiro lavado por meio das offshores, estão seis empresas que têm 77 contratos com a Petrobrás: Mendes Júnior, UCT/Constran, Engevix, Iesa, Hope e Toyo Sental. Elas doaram até R$ 35,3 milhões para partidos da base aliada do governo federal nas eleições de 2010, segundo a investigação.
A empreiteira Mendes Júnior informou que não tem conhecimento sobre a citação ao seu nome nos documentos encontrados. Em nota, a empresa destacou: “A Mendes Junior desconhece a informação mencionada. A empresa informa que possui relações comerciais com a Petrobrás como prestadora de serviços de engenharia”.
A Hope informou que “estranha a citação de seu nome e esclarece que nunca teve qualquer relação com as pessoas investigadas.”
Por meio de sua assessoria de impresa, a Enegevix informou que “todas as doações realizadas pela empresa a partidos políticos são públicas e nos termos da legislação”.
A UTC/Constran foi procurada, mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto. Ninguém da Toyo Sental foi encontrado para comentar o caso.