"O alinhamento entre o governo estadual e federal funcionou apenas como propaganda eleitoral", disse o ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori, que até então adotava uma postura mais neutra e discreta dos debates. Apesar de seu partido, o PMDB, apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, a grande maioria da legenda no Rio Grande do Sul dará palanque ao PSB, que indicou o candidato ao Senado na chapa encabeçada por Sartori.
A troca de farpas entre o atual governador, Tarso Genro (PT), e sua principal adversária, a senadora Ana Amélia Lemos (PP) - que aparece em primeiro nas pesquisas de intenção de votos ao governo gaúcho -, também teve contornos de disputa nacional. A candidata participou do debate de hoje usando um adesivo com o nome de Aécio Neves (PSDB), citou o senador em pelo menos uma ocasião e não poupou críticas à administração petista.
O PP gaúcho travou uma briga com o diretório nacional por discordar do apoio do partido a Dilma e, no Rio Grande do Sul, se aliou ao PSDB e ao Solidariedade. Aécio, inclusive, é aguardado neste fim de semana para um comício de Ana Amélia em Porto Alegre.
"Minha candidatura aqui representa a presidenta Dilma e está proporcionando índices de crescimento e desenvolvimento inéditos", afirmou Tarso em determinado momento do debate. O governador também disse que o projeto tucano tem sua representação "na testa" no Rio Grande do Sul, em referência a uma declaração feita por Ana Amélia ao ser oficializada candidata, em junho. Na época, ela disse que pintaria o nome de Aécio na testa para ajudar o tucano a conquistar mais votos entre os gaúchos.
Já o candidato do PSOL, Roberto Robaina, disse que as "tabelinhas" feitas entre os candidatos transformam a disputa política num "debate entre amigos", já que os partidos dos principais oponentes de Tarso (PP, PMDB e PDT) formam parte, na verdade, da base governista de Dilma Rousseff..