A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira, que guarda dinheiro em casa porque incorporou o hábito da época em que foi perseguida e presa durante o regime militar. A declaração de bens da presidente de Dilma ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deste ano apontou que ela tem R$ 152 mil em dinheiro vivo. "Uma parte disso a gente deposita ao longo do ano, em poupança", disse, lembrando que chegou a dormir de sapato por um tempo depois de passar três anos presa durante a ditadura. Dilma disse ainda que dá parte do dinheiro que guarda para a filha, Paula Rousseff.
Corrupção
A presidente foi dura ao declarar que não concorda com as afirmações de que seu governo joga a corrupção para "debaixo do tapete". "Fomos o único governo que teve pessoas condenadas", afirmou ela, numa referência ao julgamento do mensalão.
Dilma citou uma série de iniciativas tomadas pelo governo para investigar fatos suspeitos e frisou que melhorar as instituições é essencial para combater a corrupção. "Não tolero nem compactuo com corrupção", disse.
A presidente disse que o presidente do PDT, Carlos Lupi, deixou o governo para se defender. Em 2011, Lupi saiu do Ministério do Trabalho alvejado por suspeitas de irregularidades na pasta.
Gaza e Cuba
Dilma afirmou que não considera que esteja ocorrendo um "genocídio" promovido por Israel contra a população palestina na Faixa de Gaza, mas acredita que a situação na região configura um "massacre". Dilma também afirmou que a ação promovida pelos israelenses é "desproporcional". O atual conflito na Faixa de Gaza já deixou mais de mil mortos, sendo ao menos 40 israelenses.
A presidente destacou que o País tem uma posição de amizade bastante antiga com Israel e criticou as declarações do porta-voz da chancelaria israelense, Yigal Palmor, de que o Brasil é um "anão diplomático"..
A presidente destacou que o Brasil defende a solução dos dois estados (Israel e Palestina) para a região como uma forma de garantir os direitos dos palestinos e a segurança de Israel.
Ao defender o programa Mais Médicos, que leva profissionais de saúde para áreas desassistidas do País, a maioria deles cubanos, a presidente Dilma Rousseff afirmou que sanções impostas a Cuba como o bloqueio americano são uma "um despropósito" no século 21. "Do México para baixo, todos os países aprovaram o fim do bloqueio a Cuba", declarou Dilma.
Para justificar o Mais Médicos, ela disse que eram necessários mais de 14 mil novos médicos para atender demandas do Brasil, sobretudo no interior, no Nordeste e nas periferias das grandes cidades. Dilma também afirmou que a importação de médicos ocorre por um período determinado e que o País deve investir na formação de profissionais para suprir a demanda. Sobre as críticas ao programa, como a diferença de salário entre os médicos de Cuba e os provenientes de outros países, Dilma disse que os cubanos recebem parte do pagamento no Brasil e parte é depositado na Ilha. "Os médicos ganham aqui e lá".
A presidente participou de uma sabatina por Folha, UOL, SBT e rádio Jovem Pan, já encerrada. A entrevista aconteceu no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República em Brasília.
Com Agência Estado