Rio - O general reformado Nilton de Albuquerque Cerqueira, do Exército, não permitiu que a imprensa acompanhasse seu depoimento à Comissão Nacional da Verdade, na manhã desta terça-feira, no Arquivo Nacional, no Centro do Rio. O oficial chegou com uma hora de atraso ao depoimento, que estava marcada para as 9 horas. Estava acompanhado do advogado Rodrigo Roca.
Na época do atentado ao Riocentro, Cerqueira era comandante geral da Polícia Militar (PM) do Rio. De Brasília, ele teria mandado suspender o policiamento na área do centro de convenções. O general é acusado pelo Ministério Público Federal da prática de homicídio doloso por motivo torpe, uso e transporte de explosivos e associação criminosa armada. Esta é a segunda vez que Cerqueira depõe na Comissão Nacional da Verdade.
Entre dezembro de 1973 e fevereiro de 1974, Cerqueira atuou na operação militar do Araguaia, que nas contas da Comissão Nacional da Verdade, matou 41 militantes do PC do B que tinham sido vistos com vida por camponeses em poder dos militares.