O coordenador-geral da campanha de Aécio Neves à Presidência da República, Agripino Maia (DEM-RN), culpou nesta terça-feira, 29, o governo Dilma Rousseff pela situação de vulnerabilidade econômica apontada em relatório do Fundo Monetário Internacional, divulgado hoje. Um estudo do FMI inclui o Brasil num seleto grupo de sete mercados emergentes que mais podem sentir as mudanças da economia mundial.
Para Agripino Maia, o direito de opinião do FMI tem de ser preservado, ao contrário do que ocorreu no episódio do texto produzido pelo Santander na semana passada. O texto dos analistas do banco mencionava que a queda da presidente Dilma Rousseff nas intenções de voto levaria a uma melhora econômica do País. Após a revelação do episódio, a instituição financeira pediu desculpas e disse que o texto não representa a opinião do banco e, sim, de analistas. "O direito de opinião tem que ser respeitado e não demonizado. Quero ver se o que a FMI vai ser demonizado ou não? É uma mera opinião (do FMI) que tem que ser considerada", afirmou.
O coordenador da campanha de Aécio disse que o governo erra, insiste no erro e também insiste que não estão errados.
Para o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB), ex-secretário de Fazenda do Paraná, o relatório do FMI enfraquece o discurso do governo de que os problemas da economia brasileira são resultado de um cenário internacional instável. "O sentimento nacional é de perda de poder aquisitivo e o governo está perdido", disse. "As análises (do FMI) confirmam algo que já era sabido".
Hauly disse que o cenário identificado pelo Fundo Monetário se deve à forma como a política econômica é conduzida pelo governo, citando entre outros pontos os investimentos insuficientes em portos e estradas, além da industrialização do País. "Para cada dólar exportado estão entrando dois. O governo não tem competência para controlar a inflação, e o gasto público tem aumentado acima do crescimento da arrecadação".