Ele confirmou, no entanto, que conheceu o então capital do Exército Paulo Malhães, morto em abril, por meio do comissário de polícia Luiz Cláudio Azeredo Viana, o Luizinho, identificado pela revolucionária Inês Etienne como Laurindo, um de seus torturadores na Casa da Morte.
Quando perguntado sobre os presos políticos que foram levados para a cidade quando ele chefiava a delegacia local disse que "nunca soube de nada".
O delegado disse que Malhães, torturador confesso de presos políticos, foi à delegacia "no máximo quatro vezes" para "tomar um cafezinho". No depoimento, o policial chegou a afirmar que foi considerado "subversivo" pelos militares. "Eles não me tinham como homem de confiança. Iam me revelar o quê, que estavam matando, batendo e prendendo? Nunca fariam isso".
Magalhães também disse que conheceu Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, apontado por violações de direitos humanos no DOI-Codi, no Rio e na 1ª Cia da Polícia do Exército da Vila Militar. O militar foi convidado para também prestar depoimento nesta terça-feira, 29, mas alegou problemas de saúde.
Após o depoimento, o membro da CNV José Carlos Dias disse que Magalhães perdeu uma oportunidade para contar sua versão sobre os atos cometidos durante a ditadura militar. "Não se pode admitir que ele tendo sido delegado (de Petrópolis) quando a Casa da Morte fazia suas vítimas na cidade não saiba de nada.