A intenção dos parlamentares é conseguir apoio de vereadores da base aliada ao prefeito, já que Paes abriu auditoria para apurar as denúncias de corrupção que envolvem o deputado.
Segundo reportagens das revistas Veja e Época, Bethlem disse a sua ex-mulher que recebia uma “mesada” de R$ 70 mil da organização não governamental (ONG) Casa Espírito Tesloo, que prestava serviços para sua pasta, entre 2011 e 2012.
Na primeira sessão da Câmara de Vereadores do Rio após o recesso, no próximo dia 5, os parlamentares irão se mobilizar para conseguir as assinaturas necessárias para o requerimento de criação da CPI.
De acordo com o vereador Jefferson Moura, não há como não levar em consideração o teor das denúncias, que apontam desvio de recursos públicos do Fundo Municipal de Assistência Social, caixa dois em campanhas eleitorais com dinheiro vindo de um empresário do setor de transporte público, além da existência de uma conta bancária na Suíça.
“Queremos ampliar esse chamado para além da oposição. Nós compreendemos que, neste momento, há uma circunstância que envolve recursos públicos da cidade do Rio de Janeiro, com indícios fortíssimos, para não dizer inquestionáveis, de que esses recursos foram utilizados para fins privados e, muito possivelmente, eleitorais, como lançamento de campanha. Entendemos que é preciso que a Câmara Municipal se posicione”, disse Moura.
Além da instalação da CPI, os vereadores da oposição também decidiram durante a reunião de hoje comunicar à superintendência da Polícia Federal do Rio o suposto crime de evasão de divisas, já que as denúncias indicam a existência de uma conta bancária na Suíça em nome de Bethlem.
“Solicitamos uma audiência com a procuradora estadual responsável pelo caso, já que coincidentemente, retornaram ao nosso gabinete informações contratuais, dados e planilhas, frutos de um requerimento de informação que fizemos no ano passado. Na análise da nossa equipe técnica, há dados que reforçam o que foi relatado pela ex-mulher do secretário. Encaminharei também ao Ministério Público Federal, porque boa parte dos recursos são federais, de políticas assistenciais repassadas ao município do Rio”, explicou.
Com Agência Brasil .