Na fala, a candidata à reeleição afirmou que a desoneração da folha de pagamento para 56 setores produtivos, a mudança na tributação de bens de capital, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do automóvel e da linha branca e a mudança no Simples Nacional são a "verdadeira reforma tributária" - iniciativa que os antecessores dela na sabatina, Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB), disseram que vão realizar logo no início do futuro mandato, caso eleitos. "Trata-se de uma verdadeira reforma tributária para esse seguimento empresarial majoritário no País", afirmou.
A candidata do PT também citou a necessidade de se priorizar as negociações coletivas nas discussões trabalhistas e a inovação - também dois aspectos exaltados como demandas a serem adotadas por Campos e Aécio.
Para Dilma Rousseff, numa crítica ao governo de Fernando Henrique Cardoso, no passado, o Estado brasileiro voltava as costas para a indústria nacional. Num discurso que buscou o apoio e um voto de confiança do empresariado, a candidata do PT disse que a "pior coisa" para uma pessoa que está no governo é quando, em especial na atividade econômica, se fica "pessimista".
Sinalizando o que pode propor nos próximos quatro anos, a presidente ressaltou que assume o compromisso de que se pode "fazer mais" pela indústria brasileira. Disse que dará prioridade a uma agenda de reforma tributária "abrangente". "Iremos perseguir, mesmo quando a conjuntura não for a mais favorável", disse. Citou que é preciso simplificar e desburocratizar os processos, assim como é necessário acabar com a cumulatividade dos tributos. Citou que é necessário simplificar o regime do PIS/Cofins.
"Está no Congresso a proposta de reforma do ICMS, que é urgente", afirmou. "Nessa questão não adianta prometer. Tem que dar os votos (para ser aprovada)", completou. Perto de encerrar a sua fala, Dilma pediu mais tempo para a jornalista Christina Lemos, que está conduzindo a sabatina. "Eu tenho que dizer o que fiz, não só o que vou fazer", disse, para risos. "Eu fiz e sou capaz de fazer", completou, recebendo palmas.
A presidente afirmou que não se fará reforma trabalhista se não for feito diálogo próximo entre empresários, trabalhadores e Congresso. "Não há condições políticas sem a gente partir dessa premissa, tem de ter processo negocial, tem de ter um objetivo: atualizar marco regulatório para as condições do século XXI", disse Dilma.
Ela afirmou que a principal proposição tem de ser a negociação coletiva e disse que a judicialização, em qualquer área, é muito perigosa e eleva os custos. Dilma afirmou que há conquistas que são difíceis de se rasgar, como o 13º salário e as horas extras. Ela completou dizendo que o governo federal não é contrário à terceirização, mas defende que isso seja feito sem precarizar o trabalho.
Dilma voltou a defender o diálogo e afirmou que parcerias não implicam em que os parceiros tenham posições iguais, mas sim em que haja diálogo. "Em tudo o que fizemos de parceria, fomos exitosos", afirmou, em relação às parcerias com a CNI. A presidente se comprometeu ainda a analisar as 42 propostas encaminhadas pela indústria..