Durou pouco o engajamento do ex-governador e deputado Anthony Garotinho (PR), candidato ao Palácio Guanabara, na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Insatisfeito com a proximidade de Dilma com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que tenta continuar no cargo, Garotinho decidiu liberar os candidatos a deputado de sua coligação a fazerem campanha para quem quiserem na disputa presidencial.
Os aliados de Garotinho apostam em um segundo turno entre ele e o ex-governador e Pezão e dizem que, neste caso, dificilmente Dilma ficaria com o candidato do PR. Pensando no longo prazo, Garotinho será discreto na campanha por Dilma. O PT nacional, no entanto, tem interesse no eleitorado de Garotinho - evangélico, de baixa renda e do interior - e tenta uma composição.
Depois de Dilma escolher Pezão como companheiro para o primeiro compromisso aberto de sua campanha, um almoço com prefeitos na Baixada Fluminense, o PT havia programado uma vista da presidente à zona oeste da capital, com Garotinho, no próximo fim de semana. O compromisso está suspenso por enquanto.
Outro aliado insatisfeito com o comportamento da presidente no Rio é o candidato do PT a governador, Lindbergh Farias. O palanque da presidente no Rio tem ainda o candidato do PRB, senador Marcelo Crivella.
Durante a pré-campanha, Garotinho evitou se posicionar em relação à disputa presidencial e fez uma "consulta" aos filiados do PR-RJ e, no dia da convenção, anunciou que a maioria votou pelo apoio a Dilma. Em discurso, ao lado de Berzoini, disse ter "um só lado" e prometeu apoio à presidente.
Garotinho atacou Eduardo Campos (PSB) por ter defendido um novo modelo de partilha dos royalties do petróleo, que prejudicaria Estados produtores como o Rio, e acusou o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, de ter se aliado "à quadrilha do PMDB". Com forte base no eleitorado evangélico, Garotinho tem pesquisas qualitativas que apontam resistência de parte desse grupo a Dilma.