Aécio e Campos tentaram se apresentar como a solução para o país, já que, para os dois, com o atual governo não é possível restabelecer a confiança do investidor no Brasil. "Ou mudamos ou vamos jogar fora a chance que custou tanto trabalho da gente brasileira. A sociedade quer que baixe a carga tributária de 37%", disse Campos.
Os dois convergiram em apenas duas propostas, que detalharam com maior precisão. Uma delas é a de reforma tributária que simplifique os impostos e adote o Imposto de Valor Agregado (IVA) - um tributo único que incidiria sobre o consumo. Campos disse que encaminharia ao Congresso a proposta na primeira semana de governo. Outro ponto de convergência foi a política externa. Ambos avaliam que é necessária uma agenda mais comercial e menos ideológica, que privilegie acordos bilaterais.
CLT
Indagados se patrocinarão mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho, que, segundo a CNI, tem cláusulas ultrapassadas, Dilma e Campos disseram que é preciso patrocinar um diálogo entre trabalhadores, governo e empresários, mas rejeitaram alteração em direitos como o 13.º salário e as horas extras. "Minha história de vida não me permite tirar direito de trabalhadores", afirmou Campos.
"Não é possível rasgar conquistas como o 13.º e as horas extras", disse a presidente. Ela afirmou que não é contra a terceirização, mas rejeita a precarização das condições de trabalho. Aécio não foi questionado sobre o tema.
Na parte mais política do evento, Campos associou os adversários a "grupos políticos atrasados". O tucano e o ex-governador acusaram o governo Dilma de aparelhar a administração federal para manter a base de sustentação no Congresso. Disseram que, se eleitos, vão reduzir o número de ministérios - Campos, pela metade, Aécio, de 39 para entre 21 e 23 - e cortar parte dos 22 mil servidores comissionados que, segundo eles, só servem para aparelhar a máquina..