Machado, que era capitão na época, disse que prestou três depoimentos para a Justiça Militar e dois para o Ministério Público Federal e não faria novas declarações. "Inclusive já fui julgado pelo Superior Tribunal Militar. Não tenho mais nada a declarar. A verdade está nos depoimentos. A história está lá (nos cinco depoimentos)." Ele acrescentou que esteve lotado no Destacamento de Operações de Informações (DOI)do Rio de agosto de 1980 a abril de 1981.
Houve uma discussão entre o advogado e o coordenador da CNV, Pedro Dallari, que, na presença de jornalistas, perguntou se Machado responderia às 13 perguntas elaboradas pela comissão. "Você (Pedro) deu sua palavra de homem e não cumpriu comigo", disse Roca.
Antes, Roca afirmara que nenhum de seus clientes "declarará mais nada sobre o período de exceção". "Tenho certeza que ele (Roca) voltará a nos ajudar", disse Dallari à imprensa.
O ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, membro da CNV, afirmou não haver motivo para recusa de Machado em depor porque ele não responderia a nenhum processo criminal pelo teor do que viesse a falar.
Na saída, o coronel não respondeu às perguntas da imprensa.
À tarde, o juiz Nelson Silva Machado Guimarães, que durante a ditadura militar brasileira esteve lotado na 2o Auditoria da Justiça Militar Federal de São Paulo, comparecerá à Comissão. O depoimento estava marcado para terça-feira passada, 29, mas foi reagendado porque a CNV rejeitou seu pedido para depor por escrito. Ele, então, compareceu na data marcada, mas os membros da comissão disseram não estar preparados para interrogá-lo e remarcaram a audiência..