O ex-governador de Pernambuco e candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, voltou a criticar a política econômica e a gestão da atual presidente, Dilma Rousseff (PT). "Nós precisamos melhorar a federação brasileira. O governo Dilma, além de parar o Brasil, concentrou recursos lá em cima (na União)", afirmou na manhã desta sexta-feira, 01, em entrevista à Rádio Gaúcha. Campos está desde ontem em campanha no Rio Grande do Sul acompanhado de sua vice na chapa, a ex-senadora Marina Silva.
Ele afirmou que renegociar a dívida dos Estados é uma questão de vontade política e que, no caso do Rio Grande do Sul, seria possível reduzir o porcentual de comprometimento da receita com o pagamento de juros à União de 13% para 7%, criando uma "janela de oportunidade" para transformar o pagamento da dívida em espaço fiscal para investir. "Existe espaço para, sem inferir a Lei de Responsabilidade Fiscal, abrir a possibilidade de um Estado da expressão do Rio Grande do Sul sair desta situação em que vive", revelou.
Infraestrutura
Campos disse que na área de transporte, mobilidade e logística existe uma carência de obras prioritárias que somam mais de R$ 300 bilhões no Brasil. "O País não tem no orçamento fiscal como tirar ano a ano esse valor. Temos que realizar as obras essenciais com recurso do orçamento fiscal, ver as obras onde cabem parcerias público-privadas e as obras que podem ser feitas com concessão", falou.
Ele defendeu a construção de aeroportos regionais, a ampliação de rodovias e o investimento em ferrovias. Também citou o projeto de fazer um metrô na Região Metropolitana de Porto Alegre como um exemplo de obra que poderia usar o capital privado para "ajudar a destravar o Brasil".
Mais Médicos
Na entrevista, o candidato voltou a afirmar que vai manter o Mais Médicos, implantado pelo governo Dilma, e que não rescindirá o contrato dos profissionais estrangeiros que hoje atuam no programa. No entanto, assumiu o compromisso de formar mais médicos em universidades públicas brasileiras. A promessa de formar mais profissionais já faz parte do programa do Ministério da Saúde.
"Nós não vamos devolver os médicos que estão servindo. Vamos controlar este programa para que tenha qualidade, para que a forma de contratação tenha equivalência a como se contrata médicos aqui, para que seja justo, que ninguém seja subremunerado", afirmou, referindo-se à polêmica envolvendo os profissionais cubanos, que têm uma parcela de seu salário destinada ao governo do País, ao contrário do que ocorre com outros integrantes da iniciativa.
Depois da entrevista, Campos e Marina seguiram para o interior do Estado, onde cumprirão agenda nas cidades de Pelotas e Rio Grande. Ontem, eles fizeram caminhada no centro da capital gaúcha, se reuniram com lideranças setoriais e inauguraram um comitê.