Um levantamento da Comissão Nacional da Verdade (CNV) divulgado nesta sexta-feira, 1º, apontou que o colegiado ouviu 21 agentes que atuaram na ditadura militar em duas semanas de sessões. O advogado Pedro Dallari, coordenador da CNV, ressaltou que todos os que receberam convocação, mas não puderam comparecer, deram explicações para a ausência. "É um reconhecimento da importância da Comissão Nacional da Verdade", afirmou.
Foi constatado ainda que dois depoentes haviam morrido. Duas sessões tiveram de ser feitas nas residências dos agentes. Entre os 14 que depuseram no Rio, seis calaram-se, o que a CNV lamentou. Mesmo assim, Dallari ressaltou o relevo de alguns testemunhos, como o do juiz aposentado Nelson Machado Guimarães, que, ainda que defendendo a ditadura, reconheceu ações de tortura e homicídios nas dependências das Forças Armadas, tendo até mesmo afirmado que deu alertas às autoridades no período.
Segundo o coordenador da CNV, mesmo com o silêncio no depoimento, a primeira aparição em público em 33 anos do então major e hoje coronel Wilson Machado foi um marco importante para o colegiado. Machado foi acusado pelo Ministério Público (MP) por implicação na tentativa de atentado ao Riocentro, em 1981, que feriu os próprios militares. (Com informações da Agência Brasil)