Jornal Estado de Minas

No Norte de Minas, Dilma destaca ações para combater os efeitos da estiagem histórica

Cerca de 120 prefeitos e vice participaram do encontro em um das regiões mais afetadas pela seca em MG e ouviram a presidente destacar que governo federal %u201Ctem compromisso com a questão da seca"

Luiz Ribeiro
Acompanhada de Josué Gomes, Lula e Pimentel, Dilma se reuniu em Montes Claros com cerca de 120 prefeitos - Foto: Solon Queiroz/Esp. EM

Em discurso, durante encontro com prefeitos do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha, ontem, em Montes Claros, a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, citou as ações contra a seca como exemplo de apoio aos municípios por parte do seu governo. Ao lado do candidato a governador Fernando Pimentel (PT) e do candidato ao Senado Josué Alencar Gomes da Silva (PMDB), teve ainda a companhia do seu principal cabo eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À noite, a presidente participou de um comício na cidade, que contou também com a presença do vice-presidente Michel Temer (PMDB).

O encontro com as lideranças foi realizado no salão Portal de Eventos e, de acordo com a coordenação da campanha petista, contou com a participação de cerca de 120 prefeitos e vice-prefeitos. A presidente Dilma chegou ao local às 17h20, mais de uma hora depois da chegada de Lula e Fernando Pimentel.

Os municípios do Norte de Minas enfrentam uma das piores secas da história. Dilma começou a falar sobre o auxilio do governo federal aos municípios no enfrentamento da estiagem ao fazer referência ao Programa Água para Todos. Disse que o programa é uma iniciativa bancada exclusivamente com recursos federais, mas que isso não é divulgado. Nesse sentido, exibiu aos prefeitos uma revista da região, que abordava o Água para Todos, mas que não citava, segundo ela, que se trata de investimento e realização do governo federal. “Nesta eleição, teremos que vencer a falsidade, a desinformação”, afirmou.

A presidente destacou que o governo federal “tem compromisso com a questão da seca”.
“Nós queremos conviver com a
seca. E conviver com a seca é saber que ela vem e, quando ela vier, a gente precisa estar preparado e estar capacitado.” Ela destacou com uma das medidas de convivência a construção de cisternas de captação de água da chuva, distribuídas para famílias atingidas no semiárido mineiro e estados nordestinos. Segundo ela, até 31 de dezembro serão 1,1 milhão de cisternas entregues desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula.

Dilma enalteceu, entre outras medidas, o socorro às famílias atingidas com o abastecimento por caminhões-pipas. “Fizemos a maior operação de carro-pipa da historia deste país. E para evitar qualquer tipo de uso político da água, entregamos a coordenação para o Exército Brasileiro”, afirmou. “Acabou a indústria da água”, disse a presidente, em referência à expressão “indústria da seca”.

DIÁLOGO A presidente procurou valorizar os chefes de executivos municipais. “Sem os prefeitos, nós não teríamos executado muitas políticas sociais”, disse. Afirmou também que, no governo petista, “sistematicamente foi procurado um diálogo com os prefeitos, desde a época do (ex) presidente Lula”. Ela fez referência ao aumento percentual de 1% concedido ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Lembrou que o programa Mais Médicos foi criado a partir de uma demanda dos prefeitos. “Temos certeza de que a parceria com os municípios é a parceria do bem e, de fato, vai trazer melhorias para o Brasil. Temos que discutir novas relações federativas”, afirmou Dilma, que encerrou o discurso com a frase: “Meu coração fica em festa sempre que venho a Minas Gerais”.


Antes de discursar, Dilma Rousseff ouviu as falas de três prefeitos, que, mesmo em tom de festa e de declaração de adesão às campanhas aos candidatos presentes, aproveitaram a oportunidade para solicitar mais apoio aos municípios, fazendo referência também à necessidade de um aumento maior do FPM.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu o trabalho dos prefeitos nas campanhas de Dilma, Fernando Pimentel e de Josué Alencar. Ele também enalteceu a atuação dos prefeitos, que “são aqueles que estão na boca da botija”. “Não adianta o governo federal estar bem, o governo estadual estar bem e os prefeitos estão mal”, disse Lula, que, ao iniciar seu discurso, citou o nome de Joaquim Neres, o Quincas da Ciclodias (PT), prefeito de Salinas, a Capital Mundial da Cachaça. “A Dilma não bebe. Mas ela tem que pedir ao Quincas uma cachaça de Salinas. Antes de sair daqui hoje, quero tomar uma dose da Havana, que ninguém é de ferro”, disse Lula, que ainda fez duras críticas ao presidencável do PSDB, Aécio Neves, afirmando que o ex-governador mineiro “aparece como tivesse feito tanta coisa e fez tão pouco”.

LANÇAMENTO O evento em Montes Claros marcou o lançamento do nome de Josué Alencar para o Senado. No banner atrás do palco, ao lado das imagens de Dilma, Lula, Josué e Pimentel, apareceu também uma foto do ex-presidente José Alencar, morto em março de 2011. Josué lembrou da boa relação entre o seu pai, José Alencar, e Lula. Elogiou as gestões petistas, por conduzir “políticas corretas voltadas para social, que são indissociáveis da política econômica”. Por sua vez, o candidato Fernando Pimentel criticou “a falta de obras estruturantes” por parte do governo do estado..