Para o presidenciável, os problemas na política econômica se aprofundaram no governo da presidente Dilma, que representava a perspectiva de correção de alguns rumos do governo do presidente Lula. "O rumo da própria aliança política", comentou. A partir de 2005, do chamado do Mensalão, o PMDB foi ganhando espaço no governo Lula, como ganhou no governo de Fernando Henrique, a partir da luta pela reeleição, pela emenda da reeleição, descreveu. "A gente imaginava que a presidente Dilma iria afastar essa velha política e abrir espaço para todo um conjunto que historicamente ajudou a construção desse projeto, não é que acontece exatamente o contrário. O País para, a gente vê um governo que prometeu o desenvolvimento e o País parou de crescer. Nós vimos o governo prometer que a taxa de juros ia baixar, e vimos o juro real mais elevado, e vimos um governo que não conseguiu colocar o país num ciclo de avanço", explicou.
O candidato do PSB à Presidência disse que o rompimento com o governo Dilma ocorreu porque o campo político de onde ele e Marina vêm tem clareza de que o Brasil não vai melhor se não houver um novo pacto político.
Sobre atrasos nas obras públicas, Campos disse que tem muito a ver com a centralização das decisões de recursos, de orçamento. O presidenciável disse que pretende reduzir a desigualdade com foco em educação de qualidade e o governo federal deve dar exemplo financiando melhor a educação no País. Hoje, temos 5,5% do PIB em educação, mas só 1% dos recursos vêm da União. Nós precisamos que o governo federal financie melhor, estimule, qualifique e remunere melhor o professorado, defendeu.
"Temos de fazer programa de governo para o País, interpretando as demandas da sociedade, já houve governo que priorizou a estabilidade e arrumou recursos para sanear o sistema financeiro; teve governo que priorizou outras políticas, como recentemente organizar dívida de empresas de energia. Hoje, estamos desafiados a pensar em educação e salvar a juventude brasileira. Temos que reencantar a escola brasileira", afirmou.
Sobre o movimento Passe Livre, Campos disse que vai fazer o Passe Livre com municípios, Estados e União para estudantes de escolas públicas e dos programas sociais. Segundo ele, o custo do programa é de R$ 12 bilhões.
Em relação à promessa de reforma tributária, Campos disse que vai conseguir fazer com propostas claras, que tenham o apoio da sociedade. "Há como fazer a reforma, fazer uma regra de transição, dar segurança de que ninguém vai perder receita corrente. Para fazê-la é preciso capacidade de articular, mas capacidade e a compreensão. Fernando Henrique e Lula não fizeram porque tentaram fazer para o ano seguinte, se a gente fizer com ideia de médio prazo é possível melhorar a vida do povo brasileiro."
Campos disse que a inflação é uma pauta vencida, voltou para a ordem do dia no Brasil, e não se resolve inflação só com taxa de juros, mas precisa da coordenação política e do compromisso com a governança macroeconômica com o centro da meta. "Agora o teto (da meta) virou o centro e seja o que Deus quiser", afirmou.
O ex-governador de Pernambuco disse que sua candidatura é possível porque vai de encontro do que há de melhor na sociedade, da indignação do povo, da vontade de fazer diferente.
Em relação às obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, Compos disse que foi arrolado como testemunha de defesa do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, porque governava o Estado que tem um porto e, neste porto, está sendo construída uma refinaria. O Estado tem convênio com a Petrobras em quatro obras e prestou contas desses recursos. O próprio juiz de direto, segundo ele, disse que não sabe por que Campos foi arrolado como testemunha nesse processo.
O presidenciável disse que tem 48 anos e sempre foi minoria na política estadual, sempre respeitou a democracia e a convicção democrática nele é maior do que qualquer sentimento. Ele afirmou que respeita a liberdade de expressão e sempre foi crítico. "Isso é algo que pratico no meu dia a dia, na vida. Tenho capacidade de fazer entendimento e construir consenso porque tenho paciência. Isso me fez ser eleito consensualmente no PSB três vezes presidente do partido e, agora, candidato à Presidência da República", descreveu..