Em visita a Porto Alegre, o candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, comentou denúncia da revista Veja, publicada neste final de semana, sobre uma suposta fraude na CPI da Petrobras. Segundo ele, as lideranças do PSDB estão reunidas neste sábado, 02, para "desenhar" que medidas serão tomadas a respeito, mas já está decidido entrar com representação nas comissões de ética do Senado e da Presidência, nesta segunda-feira, 04, para apurar as supostas irregularidades.
"Se comprovadas as denúncias publicadas, mostra-se que houve uma farsa. Servidores da Petrobras, servidores públicos, enganando a sociedade brasileira, mandando perguntas que previamente já tinham suas respostas definidas, fazendo uma grande encenação", afirmou Aécio, ao lado da candidata ao governo gaúcho, senadora Ana Amélia Lemos (PP), para jornalistas, em um hotel em Porto Alegre. "Isso, se ocorreu, é um enorme desrespeito ao Congresso Nacional e os responsáveis têm que dar explicações."
Um vídeo a que a Revista Veja teve acesso revela que houve uma farsa na CPI da Petrobras. Segundo a denúncia, a CPI foi criada com o objetivo de não pegar os corruptos. Ainda assim, o governo e a liderança do PT decidiram não correr riscos e montaram uma fraude que consistia em passar antes aos investigados as perguntas que lhes seriam feitas pelos senadores. Com vinte minutos de duração, segundo a revista, o vídeo mostra uma reunião entre o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e um terceiro personagem ainda desconhecido.
"Estou um pouco cauteloso, vi matéria no avião hoje cedo. Me surpreendi com a densidade daquilo e com o envolvimento de senadores", disse Aécio, referindo-se ao suposto envolvimento de Vanessa Graziottin (PCdoB), José Eduardo Dutra (PT) e Delcidio Amaral (PT).
Ele também falou que o PSDB estuda a possibilidade de buscar explicações junto à própria Petrobras. "É um caso extremamente grave. Acho que agora a investigação tem de ocorrer, as pessoas envolvidas, independente do posto que tenham, tem que explicar o que aconteceu."
Questionado sobre o embate judicial iniciado na campanha - com solicitações à Justiça de retirada de propagandas do ar, por exemplo -, Aécio afirmou: "Essa campanha tem sido judicializada pela dificuldade que o PT tem de separar o publico do privado. Não queremos disputar nos tribunais, mas nas ruas. Mas vamos usar a Justiça quando necessário."