Se Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República, vencer as eleições de outubro, o primeiro ano de governo será de reajuste de preços. A advertência foi feita pelo economista Eduardo Giannetti da Fonseca, economista de orientação ortodoxa que é um dos principais articuladores do programa de governo de Campos. Ao participar de debate com agricultores de soja e milho em seminário em Cuiabá, ele acusou o governo Dilma Rousseff de estar "segurando" preços, como o da gasolina, para evitar maior pressão inflacionária neste período que antecede as eleições.
O economista do PSB alerta, porém, que o reajuste de preços pode não ser o único remédio adotado por Campos no primeiro ano de mandato. Segundo Gianetti, pode ser necessário mexer na política monetária, elevando a taxa básica de juros, a taxa Selic. "Acho que se fizer a coisa certa na política fiscal, não precisa ter um grande aperto de juros. Mas isso vai ter de ser visto conforme a conjuntura", considerou.
Giannetti anunciou que nos próximos dias Eduardo Campos apresentará ao mercado um programa com detalhes de suas propostas econômicas, especialmente sobre a reforma tributária. "Ela vai simplificar todo o sistema tributário brasileiro, que é complexo. Uma empresa de porte médio no Brasil, segundo o Banco Mundial, gasta em média 2,6 mil horas por ano para recolher todos os tributos. Em um país normal, a média é de 150 horas por ano", disse ao Broadcast.
O economista afirmou que o País precisa de uma "Constituição Tributária" para eliminar a taxação sobre investimentos, mas não explicou em detalhes como isso seria feito. "Vamos buscar uma situação tributária em que quem se dispõe a investir vai poder fazer isso a um custo menor. Vamos tentar caminhar o máximo possível para baratear o custo de se investir no Brasil", indicou.