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Estado de Minas

Candidatos a presidente iniciam campanha na televisão

Com o início do horário eleitoral e a arrecadação ainda tímida, presidenciáveis adaptam a estratégia e apostam nos grandes centros para atingir o maior número possível de eleitores


postado em 04/08/2014 00:12 / atualizado em 04/08/2014 07:08

Brasília – Depois de um mês de campanha exclusivamente pé no chão (veja quadro ao lado) os candidatos ao Palácio do Planalto inauguram neste mês de agosto uma nova etapa da corrida eleitoral: a disputa televisiva. Além da apresentação das propostas nos principais telejornais, eles se preparam para os programas eleitorais que irão ao ar a partir do dia 19. Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) terão de encaixar nas agendas horários para as gravações em estúdio. E cada um deles montou sua estratégia nesta fase inicial de tevê, aliada às viagens escolhidas a dedo para agregar valor ao discurso de campanha.

Segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, o tucano Aécio Neves vai se dedicar a uma apresentação ao eleitorado. Segundo apurou a reportagem, a estratégia dos marqueteiros do partido, neste primeiro momento, será contar a história do candidato, sua origem em uma família de tradição política, o parentesco com Tancredo Neves (eleito presidente após o fim da ditadura militar) e a trajetória como deputado federal, presidente da Câmara dos Deputados, governador por dois mandatos e senador da República.

De acordo com aliados, mesmo tendo uma pauta clara de propostas a serem apresentadas para convencer o eleitorado a aderir à sua candidatura, Aécio ainda precisa se tornar conhecido nacionalmente — ele tem um nome muito associado ao Sudeste. O roteiro de viagens é diversificado. Neste fim de semana, o tucano voou para o Paraná e Rio Grande do Sul, para atrelar sua imagem a dois líderes nas pesquisas para governador: Beto Richa (PSDB-PR) e Ana Amélia (PP-RS). No próximo fim de semana, a intenção é voar para o Acre, estado comandado há muito tempo pelo PT, e para Manaus, governada pelo correligionário Arthur Virgílio. Na semana seguinte, o Nordeste terá atenção total. A intenção é visitar todos os estados da região entre os dias 12, 13 e 14. “O Nordeste merecerá uma atenção toda especial, não na campanha, mas no governo. Levaremos o exemplo do que fizemos em Minas Gerais, onde, no fim do nosso mandato, tínhamos gasto três vezes mais per capita na região mais pobre de Minas do que nas regiões mais ricas”, anunciou ele, após evento de campanha em Minas Gerais.

Conciliar agendas

A presidente Dilma deve equilibrar mais, neste mês, a agenda de campanha e a oficial, como presidente. Em julho ela foi, dos três principais candidatos, a que menos viajou. Mas, agora, o comando de campanha avisou que ela mudará a estratégia. “Pretendemos centralizar as viagens neste momento nos quatro principais colégios eleitorais brasileiros: São Paulo, Minas, Rio e Bahia”, disse o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

Além de aproveitar para, de uma vez só, atingir um número maior de eleitores, Dilma precisa atuar fortemente nesses estados para anular a rejeição que enfrenta em relação aos principais adversários na corrida pelo Planalto. O Nordeste, tradicional reduto eleitoral do PT, não será esquecido. Mas lá ela contará com a presença de um companheiro luxuoso. “Estamos aguardando o ex-presidente Lula definir a agenda de viagens dele com Dilma para os estados nordestinos”, confirmou Falcão.


Na propaganda eleitoral, a equipe do marqueteiro João Santana está preparando um bombardeio de informações sobre os principais programas sociais do governo: Mais Médicos, Minha Casa, Minha Vida e Bolsa-Família. Será apresentada uma presidente que aprofundou as transformações e a inclusão no país, aliado a um slogan que ela deixou escapar durante a sabatina dos presidenciáveis na Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Eu tenho que mostrar o que eu fiz. E se eu fiz, sou capaz de fazer mais, e melhor.”

O PSB reforçará ainda mais no horário eleitoral o discurso de que Eduardo Campos e Marina Silva representam a oportunidade de mudança após 20 anos de polarização entre PT e PSDB no governo federal. Com menos tempo de televisão e menos dinheiro em caixa, as viagens tendem a se concentrar nos grandes centros, para atingir com menos gastos o maior número de eleitores possível.

Milhagem acumulada

No primeiro mês de campanha presidencial, iniciado oficialmente em 6 de julho, alguns fatores influenciaram as opções de viagens dos presidenciáveis e impactaram diretamente nas quilometragens aéreas de cada um.

Dividida entre a campanha e a atividade de presidente, Dilma Rousseff não fez longas viagens. Primeiro porque havia a Copa do Mundo e, após o término do Mundial, ela foi a Fortaleza para participar do encontro do Brics (grupo econômico composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Nessa reta final, foi ao Rio, à São Paulo fazer o que pode ser considerado o primeiro comício na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e em Minas Gerais, totalizando 4,5 mil quilômetros voados.

Aécio Neves e Eduardo Campos viajaram bem mais. Diferentemente da presidente, que sempre partirá de Brasília para suas viagens de campanha, o tucano e o socialista decidiram montar os comitês centrais em São Paulo. Por isso, para efeito de cálculo, o ponto de partida sempre foi considerado a capital paulista.

À exceção de uma viagem ao Ceará, Aécio Neves concentrou seus deslocamentos à região Sudeste, à capital federal no Sul. São locais onde a campanha está mais estruturada e o PSDB tem candidatos mais competitivos, o que lhe dá uma estrutura mais favorável para dialogar com eleitores. Tanto que a inauguração da campanha se deu na feira de cultura japonesa, ao lado do candidato à reeleição por São Paulo, Geraldo Alckmin.

Campos também optou por percorrer os caminhos que lhe são mais familiares. Dos nove destinos escolhidos até o momento, cinco estão no Nordeste. Ele veio duas vezes à capital federal e ainda visitou Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina para lançar a campanha de aliados estaduais.


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