Brasília – Após longa jornada longe das atividades do Congresso devido aos feriados, à Copa do Mundo e ao recesso branco, deputados encaram, nos próximos dois dias, um esforço concentrado de trabalho para limpar a pauta de votações. Os principais itens pendentes são a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deveria ter sido aprovada até o mês passado, e o controverso decreto presidencial que trata dos conselhos populares. Em defesa do ato presidencial, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, participa de uma audiência pública na quarta-feira, na Câmara dos Deputados.
Na última sessão deliberativa antes do recesso, em 15 de julho, parlamentares conseguiram aprovar a urgência do decreto legislativo que susta os efeitos do presidencial. Em caráter de urgência, a proposta assinado pelo líder DEM, Mendonça Filho (PE), pode ser votado nesta semana. A definição ainda precisa ser costurada na reunião de líderes marcada para as 14h30 de terça-feira. É possível que haja um acordo para analisar o decreto só após a audiência com o ministro e representantes do setor.
SENADORES Também em ritmo de campanha nos estados, os senadores preveem oito dias de trabalho até as eleições, em 5 de outubro. Os encontros estão marcados para 5, 6, 7 e 19 de agosto e 2, 3, 4 e 16 de setembro, além de uma única sessão plenária no dia 21, uma semana antes do segundo turno. Os senadores ainda precisam definir as pautas de votações prioritárias para essas sessões.
Para apreciar a LDO e os vetos presidenciais, foi agendada uma sessão do Congresso Nacional para amanhã, às 19h. A lei anual que disciplina a elaboração do Orçamento da União precisa ser apresentada até 31 de agosto. É na LDO que são estabelecidas as metas fiscais a serem alcançadas pelo governo no exercício seguinte. No projeto em discussão no Congresso, o governo propõe salário mínimo de R$ 779,79 em 2015. O crescimento da economia é estimado em 3%, com inflação anual de 5%.
Uma lista de 21 vetos presidenciais também aguarda apreciação dos parlamentares. Um dos mais polêmicos é o que traz normas para a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios (PLS 98/2002), integralmente vetado pela presidente Dilma Rousseff, sob a alegação de aumento nos gastos públicos. Mas a apreciação tanto dos vetos quando da LDO precisa de apoio da maioria absoluta dos congressistas: 41 dos 81 senadores e, no caso da Câmara, 257 dos 513 deputados.
Na pauta
Conselhos Populares
» A oposição e parte da base aliada na Câmara dos Deputados articulam a derrubada do Decreto 8.243/14, que submete políticas governamentais ao crivo de conselhos populares.
Revisão na Lei de Licitações
» O plenário do Senado pode votar o Projeto de Lei 559, que abre uma brecha na Lei de Licitações para o Estado contratar obras sem a apresentação de projeto detalhado de execução.
Diretrizes Orçamentárias
» Deputados e senadores vota amanhã, às 19h, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, com as metas fiscais do governo para 2015. A proposta do governo prevê mínimo de R$ 779,79 e inflação de 5%.