O relator da CPI da Petrobras do Senado, José Pimentel (PT-CE), divulgou nesta segunda-feira nota em que decide não se afastar da condução dos trabalhos da comissão parlamentar e toma uma série de providências para apurar a suspeita de fraude nos trabalhos. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de hoje revelou que havia uma pressão de integrantes do governo e da campanha da presidente Dilma Rousseff para que ele se afastasse da CPI após a reportagem, publicada neste final de semana pela revista Veja, na qual é relatado que perguntas e respostas de depoentes da CPI da Petrobras da Casa teriam sido combinadas entre integrantes da comissão e da cúpula da estatal. A suspeita se baseou em um vídeo gravado.
Segundo o relator, as perguntas a cada depoente foram formuladas com base em quatro critérios: a) no plano de trabalho aprovado; b) no "denso material" resultante da participação dos executivos da Petrobras em recentes audiências públicas, realizadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, dando prioridade a perguntas formuladas pela oposição nessas audiências; c) na Tomada de Contas Especial do TCU (inclusive Acórdãos) e em documentos da CGU; e d) nas denúncias publicadas pelos diversos veículos de imprensa e internet.
Mesmo assim, Pimentel decidiu protocolar na tarde desta segunda-feira dois requerimentos na CPI da Petrobras do Senado. O primeiro pede a abertura de uma apuração para esclarecer os fatos e, se for o caso, atribuir responsabilidades. O segundo quer que o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), requeira à revista Veja a íntegra do vídeo que deu origem à matéria, sob o compromisso de preservação do sigilo. "O objetivo é contribuir com o trabalho da comissão de apuração", afirma o relator, na nota. "A instalação dos procedimentos acima é fundamental para o desenvolvimento da CPI, que tem um trabalho técnico e relevante a apresentar à nação", conclui o texto.