A Justiça do Rio determinou na última sexta-feira o bloqueio dos bens e a quebra dos sigilos bancário e fiscal do deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), de sua ex-mulher Vanessa Felippe, da ONG Casa Espírita Tesloo e do major reformado da Polícia Militar Sérgio Pereira de Magalhães Junior, ex-presidente da entidade.
A partir de conversas gravadas e divulgadas por Vanessa, nas quais o deputado admite receber propina, a promotora investiga se houve desvio de dinheiro nos contratos firmados entre a ONG Tesloo e a Secretaria Municipal de Assistência Social. Quando alguns desses contratos foram firmados, em 2011, Bethlem era o secretário da pasta. Os contratos assinados durante a gestão dele somam R$ 17 milhões - ao todo, a prefeitura repassou à ONG cerca de R$ 80 milhões, calcula o Ministério Público. A entidade cuidava do cadastro de famílias de baixa renda e da assistência a usuários de crack.
O Ministério Público investiga ainda se a pensão paga por Bethlem a Vanessa após a separação do casal foi paga com propina da ONG. Por isso os bens de Vanessa também foram bloqueados. A reportagem não conseguiu localizar, na noite desta segunda-feira, o deputado Bethlem e os demais investigados pelo Ministério Público.