A cerca de dois meses do primeiro turno da eleição presidencial, os eleitores ainda desconhecem, em detalhes, como as políticas para educação, saúde e economia irão obter o salto de qualidade que os candidatos tanto falam. Eduardo Campos vai apresentar o seu programa de governo no dia 17 de agosto. "Queremos que o Campos seja a pessoa a divulgar no próximo dia 17", disse Ana Carolina Marinho, que trabalha na coordenação do programa de governo e representou o candidato do PSB no Seminário do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), na capital paulista.
O programa de Aécio, segundo o coordenador Wilson Brumer, estará pronto "antes do primeiro dia do mandato", caso ele seja eleito. "Ele (Aécio) vai anunciar o programa ao longo da campanha", afirmou.
Alessandro Teixeira, coordenador do plano de governo da candidata à reeleição Dilma Rousseff, não compareceu ao evento, segundo a organização, porque foi convocado para uma reunião pela própria presidente.
Os representantes das candidaturas de oposição fizeram críticas a políticas econômicas do atual governo e disseram que haverá mudanças para simplificar o sistema tributário logo nos primeiros dias de mandato, controle nos gastos públicos e a criação de um ambiente propício aos negócios. Mas nenhum mecanismo de como tudo isso será feito foi detalhado durante o evento.
"A reforma tributária tem que criar mecanismos para tranquilizar Estados e municípios, de que eles não perderão receitas", disse Brumer, ao afirmar que a definição dessas ações necessitam de negociações entre todas as partes envolvidas. "Vamos fazer, sim, uma simplificação tributária para que a macroeconomia funcione melhor", afirmou o coordenador do programa de governo de Eduardo Campos, Maurício Rands, pouco antes de deixar o seminário por conta de outro compromisso.
Rands mencionou em seu discurso que um eventual governo Campos dará "plena independência" ao Banco Central, vai acabar com a chamada contabilidade criativa e "excesso de intervenções erráticas do governo" e promoverá a universalização do ensino médio com a disponibilidade de escola em tempo integral para todos os jovens. "A campanha está percorrendo o Brasil para obter contribuições para o programa de governo", explicou.
Já Brumer disse que um eventual governo de Aécio sairá do campo do diagnóstico dos problemas para colocar ações em execução, aumentará a taxa de investimentos do País para 24% do Produto Interno Bruto (PIB) e vai acabar com as distorções nas cadeias produtivas que deterioram a competitividade do País.
O fundador e diretor-geral da consultoria de varejo GS&MD e presidente do Lide Comércio, Marcos Gouvêa de Souza, disse que os representantes das campanhas tiveram pouco tempo para detalhar as propostas dos candidatos.