O candidato do PT a governador do Rio de Janeiro, senador Lindbergh Farias, atacou nesta terça-feira duramente a gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que teve apoio do PT por mais de sete anos. O senador também acusou o PMDB fluminense de "traição"- no Rio, a legenda lançou o movimento "Aezão", de abertura do palanque do seu postulante ao Palácio Guanabara, Luiz Fernando Pezão, ao presidenciável tucano Aécio Neves.
Para Lindbergh, Aécio Neves "cometeu um erro grave no Rio de Janeiro: se aliou ao que tem de pior na política do Rio". "Esse pessoal não tem voto. Acham que eleições se ganham só com dinheiro, e não é assim. Quem vai decidir a eleição será o povo", afirmou.
Lindbergh acusou o grupo de Cabral, que renunciou ao governo em favor de Pezão em abril, de ter governado apenas "para o Rio do cartão postal", a zona sul da capital, e esquecido o "outro Rio", a zona norte, os subúrbios e a Baixada Fluminense. Segundo ele, na zona sul do Rio, o índice de mortalidade é de 5,8 por 100 mil habitantes, enquanto em Belford Roxo, município da Baixada, é de 53 por 100 mil. O senador afirmou que o custo da expansão do Metrô de Ipanema à Barra da Tijuca será de R$ 8,5 bilhões, enquanto levar a Linha 2 da Pavuna à Baixada, uma distância de 300 metros, custaria apenas R$ 150 milhões.
"O governo Cabral fez as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), agora as UPAs estão sem médicos", criticou. Ex-integrante do movimento dos caras-pintadas que levou ao impeachment do presidente Fernando Collor em 1992, Lindbergh defendeu as manifestações iniciadas no Brasil a partir de junho de 2013, mas criticou a violência de manifestantes. "Derrubamos um presidente da República sem quebrar nada", declarou. "Sou favorável às manifestações. Trouxeram uma pauta importante. Quando quebram, esvaziam. O quebra-quebra acaba atrapalhando", disse.
O parlamentar confirmou ter usado drogas quando era jovem e passava por uma fase "difícil", depois de perder o pai. "Foi mais de 20 anos atrás. Tive um problema rapidamente superado. Um problema pontual", afirmou. Ele se declarou contra a legalização da maconha e afirmou que o problema do consumo de drogas precisa ser enfrentado com mais força pelo governo. Lindbergh afirmou que "o cara com 18 anos acha que vence tudo", inclusive a dependência química, e se incluiu nesse comportamento. Para superá-lo, defendeu o diálogo. "É convencimento. Acho que falta papo direto com a juventude. Não é só polícia, é um trabalho de prevenção."