Lelis, que preside a comissão política composta por outros quatro pastores, preferiu não dizer qual a sua inclinação política pessoal. Ele disse apenas defender as posições da Assembleia. Segundo Lelis, a comissão vai elaborar um parecer, a partir dos encontros realizados com candidatos presidenciais. Esse parecer será então levado à mesa diretora da congregação, composta por 13 membros. A decisão final caberá a essa mesa diretora.
A congregação pode escolher apoiar abertamente algum candidato ou pode se manter neutra. Em 2010, a CGADB apoiou o candidato do PSDB, José Serra. Neste ano, há um candidato evangélico, Pastor Everaldo, e uma vice de chapa, Marina Silva, do presidenciável Eduardo Campos, que é também integrante da Assembleia de Deus. Mas, segundo o pastor, a comissão política ouve a todas as propostas indiferentemente.
Até o momento, a CGADB foi procurada e realizou eventos, para mais de dois mil pastores, com Aécio Neves (PSDB), no dia 7 de julho, e ontem com o Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva. Ontem, a congregação recebeu Everaldo por volta das 9h30 e Campos e Marina por volta das 11h, relatou o pastor Lelis.
Segundo o pastor, essa reunião acontece toda primeira segunda-feira do mês e pode receber os candidatos quando estes procuram a CGADB. Lelis contou que Marina leu um versículo da Bíblia, em referência à importância da palavra. "Ela falou da importância da palavra dita." Campos falou por cerca de 15 minutos, destacando mensagens de renovação na política e a proposta do ensino integral, além da promessa de destinar mais recursos para a saúde pública, relatou Lelis.
"Politicamente, acho que ele abordou assuntos genéricos, nenhum assunto específico de interesse da igreja", disse o pastor. Segundo ele, o único candidato a defender bandeiras caras à Igreja, como não descriminalizar o aborto e não aprovar o casamento gay, foi o pastor Everaldo. "Ele disse ter compromisso com a família, especificou muito bem isso e que defende todas as nossas teses com relação aos princípios éticos e morais. Sem dúvida nenhuma, isso agrada ao público evangélico", afirmou Lelis. Everaldo foi também o único a colocar em sua agenda pública de candidato o encontro com a CGADB. Aécio e Campos omitiram o compromisso nas agendas.
Segundo Lelis, nem outros candidatos ou a presidente Dilma Rousseff (PT) procuraram a entidade até esse momento para apresentar propostas. "Acho que, em 2010, também não fomos procurados por ela (Dilma), não.