Integrante do Conselho de Administração da Petrobras na época da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), criticou a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de pedir o bloqueio dos bens do ex-presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, por possíveis irregularidades na negociação. Além disso, Wagner desqualificou a CPI que investiga a empresa e chamou de "pataquada" as denúncias da revista Veja, que apontou vazamento das perguntas que seriam feitas na comissão parlamentar a Gabrielli e para a atual presidente da estatal, Graça Foster.
Wagner, por outro lado, diz não ver favorecimento do TCU à presidente Dilma Rousseff, então presidente do conselho de administração da estatal, e aos conselheiros da época da compra da refinaria americana, que não foram envolvidos nas investigações. "Não sei qual critério o TCU adotou, mas é evidente que a diretoria não deve ter gostado, porque quem tomou a decisão final foi o conselho depois de trazidas as informações", ponderou. "Mas o TCU deve ter considerado que o conselho aprovou a compra apoiado na análise da diretoria. E é óbvio que quem está no foco é o (Nestor) Cerveró, que era da área internacional e partiu da diretoria dele a avaliação toda, dos gerentes, subgerentes, etc, que ele levou para a diretoria. Quando a diretoria se convenceu, levou para a reunião do conselho."
Para Wagner, a decisão do TCU de não punir os integrantes do conselho pode ser até benéfica a Gabrielli. "Ele pode chamar a decisão do TCU para dizer 'eu também decidi com base na mesma informação que foi levada para o conselho'", argumentou. O governador também isentou Dilma de responsabilidade no caso. "Isso não é problema da presidente. Ao lado dela havia executivos de primeira linha, no conselho de administração (da Petrobras)."