Brasília – O Senado aprovou nessa terça-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que eleva em um ponto percentual o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), composto pelo Imposto de Renda e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Pela proposta, o aumento será escalonado em dois anos, com 0,5 ponto percentual em cada ano. O impacto previsto para os cofres da União é de cerca de R$ 3,8 bilhões. Com o aumento do repasse, a verba do FPM passa dos atuais 23,5% para 24,5%. O aumento no FPM é uma das principais reivindicações dos prefeitos. Em ano eleitoral, a proposta teve o apoio unânime dos senadores, que a aprovaram em dois turnos por 53 votos. A PEC segue para análise da Câmara.
A ampliação dos repasses aos municípios virou bandeira do DEM e PSDB depois que Dilma evitou travar diretamente essas discussões durante a Marcha dos Prefeitos a Brasília, em maio. Candidato do PSDB à Presidência, o senador Aécio Neves (MG) disse que a matéria foi uma das “mais importantes” aprovadas pelo Legislativo porque permite aos municípios enfrentar a situação de “penúria fiscal” em que estão.
“Após ampla negociação nessa Casa para mudança do indexador, houve um recuo do governo. O Brasil se transformou em Estado unitário em que apenas a União tudo pode, tudo detém. A aprovação dessa medida vem na direção correta para permitir que os municípios, onde vivem os cidadãos, iniciem processo de recuperação de sua capacidade de gestão e investimento”, afirmou Aécio.
Líder do PT, o senador Humberto Costa (PE) disse que a proposta faz “justiça” aos municípios que vêm sendo sacrificados em suas finanças ao longo do tempo. “Essa luta é só o início do processo de recuperação da capacidade financeira de investimento dos nossos municípios”, afirmou.