Na maioria das peças de Pimentel vistas nas ruas, com tiragens de 150 mil exemplares, o nome do candidato aparece em azul e o número em laranja. Mas há também adesivos em verde e em um degradê de vermelho. O material chegou a ser rejeitado por petistas mais radicais, que alegaram não querer fazer campanha com adesivos que levavam a cor do PSDB. Pimentel também não tem destacado o nome da presidente Dilma Rousseff (PT), que foi esquecida, por exemplo, no seu jingle de campanha.
Já no PSDB, a estratégia tem sido reforçar a vinculação com o senador Aécio Neves, que concorre à Presidência. Isso nas palavras de Pimenta, que a cada questionamento sobre proposta de governo cita o que o presidenciável poderá fazer se for eleito. O nome gravado na propaganda, porém, veio escrito em vermelho. A cor também aparece em um coração no meio do número do partido, que vem de azul com um fundo amarelo.
A coincidência de cores é vista de forma oposta pelos oponentes e serviu de munição até para o candidato do PSB, Tarcísio Delgado, que se coloca como terceira via na campanha pelo governo. A campanha do socialista diz que os adversários parecem se apresentar dizendo o que não são. “Enquanto tem candidato que foge do azul para parecer amarelo e outro candidato que renega o vermelho (demonstrando vergonha do próprio partido), Tarcísio vem com as cores de Minas e do seu partido”, diz o candidato em uma de suas peças de propaganda que usa o vermelho e o amarelo, cores da legenda.
Segundo o coordenador geral da campanha de Pimenta da Veiga, o deputado federal Alexandre Silveira (PSD), o vermelho na propaganda do tucano foi “fruto de uma identidade visual”, enquanto o azul usado pelo PT seria uma forma de “tentar enganar o eleitor”. Segundo o parlamentar, a cor foi escolhida pela equipe de comunicação e representa o coração e o sentimento dos mineiros.
Já as peças de Pimentel, segundo Silveira, usam o azul para esconder a relação com o PT e com Dilma. “É uma estratégia para tentar esconder do eleitor que ele é um candidato do PT, que tem esse programa de Brasil implementado pela Dilma. Mas acho que o eleitor não confunde, não”, afirmou. De acordo com o coordenador, a escolha teria sido feita em função da queda de aceitação do PT pelo eleitorado. “Temos pesquisas internas que mostram que o partido, que nunca teve menos do que 20% de simpatia em Minas, hoje tem menos de 6%”, justificou.
Confusão
O presidente do PT em Belo Horizonte e um dos coordenadores da campanha de Pimentel, deputado federal Miguel Corrêa Jr., nega que o partido tenha tirado o vermelho da propaganda. “Tivemos uma remessa no início que veio com tom azul, mas na verdade temos uma quantidade enorme de peças e a grande maioria é vermelha. Nosso adesivo que diz ‘fechado com Pimentel’ é vermelho”, diz. Segundo o coordenador, as queixas entre os militantes por causa da cor não chegaram ao comando da campanha.
Corrêa reconhece que o fato de os nomes dos dois candidatos serem parecidos tem gerado alguma confusão, mas afirma que, ao saber que Pimentel foi o prefeito de Belo Horizonte “mais conhecido”, isso se desfaz. “A campanha do Pimenta faz essa acusação (de usar o azul para confundir), mas não vi uma proposta dele para o estado até agora. A única que ele tem é eleger o Aécio”, devolveu o petista. Segundo Corrêa, todos os companheiros de partido têm convicção de que Dilma está na campanha de Pimentel e “todos verão” quando entrar no ar a campanha na televisão.
Mesários
O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) começou nessa terça-feiraos treinamentos dos mesários que vão trabalhar nas eleições de outubro. A estimativa do tribunal é que pelo menos17 mil serão treinados para trabalhar nas eleições na capital mineira. Em todo o estado, serão 190 mil. O mesário não recebe para trabalhar nos dias das eleições, mas tem direito a se ausentar do trabalho pelo dobro dos dias que serviu à Justiça Eleitoral. Recebe apenas um auxílio-alimentação e o exercício da função de mesário pode valer como critério de desempate em concurso público, caso haja essa previsão no edital. No interior, cada zona eleitoral é responsável por definir a data e o local, agendar e convocar os mesários para o treinamento.