"Trinta e nove ministérios é um acinte à inteligência dos brasileiros e à qualidade dos serviços públicos. E esses ministérios, boa parte deles, foram criados não para atender à população brasileira, mas para atender à base partidária, para garantir alguns segundos a mais de propaganda eleitoral", criticou Aécio, em uma rápida entrevista após participar da sabatina.
"Estamos começando a apresentar ao Brasil o desenho de um ministério enxuto, eficiente, ocupado pela meritocracia e não aparelhado. O Ministério da Agricultura, hoje, é subordinado ao Ministério da Fazenda e, em alguns momentos, até ao presidente do Banco do Brasil. Isso não ocorrerá mais. O ministro da Agricultura (no meu governo) se sentará em todos os fóruns de formulação de políticas econômicas, políticas de crédito, dos investimentos também em infraestrutura. Esse é o desenho da eficiência que eu pretendo fazer."
O candidato do PSDB à Presidência voltou a criticar a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, ao afirmar que ela não tem autoridade para prometer que o Brasil se desenvolverá.
"Toda vez que vocês virem a presidente com seu latifúndio de tempo na televisão, a partir do dia 19, lembrem-se que alguma obra ferroviária está no papel, alguma obra rodoviária foi interrompida, porque ela (Dilma) subordinou um ministério como esse, estratégico, dos Transportes e agora o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que faz as licitações, que define as prioridades das obras, ao interesse de um partido político", disse Aécio.
"Então eu não vejo hoje como ela possa ter autoridade para dizer que o Brasil se desenvolverá, que os investimentos voltarão ao Brasil, se uma área absolutamente central para a definição desses investimentos e a condução deles, tenha sido entregue a um partido político porque esse partido ameaçava não lhe dar os segundos de televisão."
Em junho, Dilma trocou o comando do Ministério dos Transportes após pressão do PR, que alegava que o ministro César Borges (realocado para a Secretaria de Portos) não representava os interesses do partido.
Assentamentos
Aécio se comprometeu ainda a ampliar os assentamentos de trabalhadores sem-terra caso seja eleito. O candidato criticou a lentidão dos assentamentos do governo Dilma, que, segundo ele, desapropriou apenas 2,5 milhões de hectares via reforma agrária entre os 72 milhões de hectares dos três governos do PT.
O tucano se comprometeu também, após a sabatina, a melhorar a condição dos assentamentos para que não virem "favelas rurais, como disse um ministro palaciano". "Precisamos fazer a requalificação de produtores, dar acesso a tecnologia e apoio a comercialização para não continuar vendo nossos assentamentos virando favelas rurais", afirmou.
Aécio afirmou ainda que é contrário à proposta de emenda constitucional (PEC) sobre demarcação de terras indígenas em tramitação no Congresso. "Essa PEC só avançou por causa da incapacidade do governo de avançar na questão de cumprir a legislação que já existe", disse. "Sou a favor que se cumpra a lei que existe hoje", disse.
Com Agência Estado .