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Estado de Minas

Presidenciáveis mostram propostas a empresários da agricultura e pecuária

Campos tenta reverter resistência a Marina. Aécio promete superministério. Dilma se gaba de realizações


postado em 07/08/2014 00:12 / atualizado em 07/08/2014 08:07

Brasília – Diante de empresários responsáveis por uma produção equivalente a R$ 1,1 trilhão em 2013, os principais candidatos a presidente desfilaram  nessa quarta-feira propostas, promessas, diagnósticos e realizações em sabatina promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Primeiro a discursar, Eduardo Campos (PSB) buscou reverter a resistência que o setor tem à candidata a vice, Marina Silva (PSB), considerada pelos produtores como uma “ambientalista radical”. Na sequência, Aécio Neves (PSDB), que conta com a simpatia do setor, prometeu um superministério da Agricultura. Por fim, a presidente Dilma Rousseff (PT) enumerou os avanços do governo na área e anunciou que está pronta uma proposta de parceria agrícola do Mercosul com a União Europeia.


Ao abrir a sabatina, Campos adotou um discurso mais empresarial do que ambiental, apesar de Marina Silva vir defendendo que o agronegócio representa um atraso para o país. “O Brasil só tem conseguido manter os bons resultados da economia por conta dos agricultores. Prometo trazer a inflação para o centro da meta para que os juros caiam e os investimentos possam aumentar para os produtores”, disse. O socialista defendeu os grandes produtores rurais, afirmando que, ao longos das últimas quatro décadas, foram eles que inovaram no conhecimento e na pesquisa de novas tecnologias.

Entre os presidenciáveis, Aécio Neves foi o mais aplaudido. Diferentemente da semana passada, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), quando centrou o discurso nas críticas ao governo federal, o tucano fez uma apresentação mais propositiva. “Vou criar o superministério da Agricultura, uma estrutura que vai englobar o Ministério da Pesca. Uma estrutura que não seja subordinada nem ao Ministério da Fazenda nem ao Banco do Brasil”, anunciou.

Aécio prometeu também, em quatro anos, aumentar de 9% para 60% o percentual das áreas plantadas cobertas pelo seguro agrícola. O candidato do PSDB ainda insistiu em uma das questões que mais causam preocupação aos produtores rurais: a insegurança jurídica no campo brasileiro. “Vou suspender as desapropriações em terras invadidas por um período de dois anos até saber de quem é a terra e quais providências tomar”, disse ele.

Última dos sabatinados a subir ao palco, a presidente Dilma Rousseff falou pouco sobre o futuro, buscando concentrar o pronunciamento na política desenvolvida para o setor ao longo dos últimos anos. “Aumentamos em 259% os recursos do Plano Safra e diminuímos os juros para o produto.” A presidente admitiu que existe um gargalo na armazenagem de grãos – 60 milhões aproximadamente. E rebateu as críticas feitas pelos oposicionistas de que o país tem se recusado a fazer acordos com a União Europeia.

Os empresários lamentaram que a petista não tenha dito nada sobre etanol nem agroenergia. “Esse assunto não é um debate de segunda categoria, é fundamental”, disse a presidente da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), Elizabeth Farina. E, mesmo após a defesa de Eduardo Campos, Marina Silva ainda despertava a desconfiança do setor produtivo. “Ela age com pouco conhecimento do agronegócio e uma cabeça muito ambiental”, comentou o ex-presidente da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana) Ismael Perina Júnior.

Os presidenciáveis e os ruralistas


Confira as promessas feitas para os senhores do campo pelos três principais concorrente ao Planalto na sabatina promovida pela CNA

(foto: Antônio Cruz/ABR)
(foto: Antônio Cruz/ABR)
Eduardo Campos (PSB)

» Nomear um especialista, não um político, para o Ministério da Agricultura
» Trazer a inflação para o centro da meta e retomar o crescimento do país, a juros baixos, para estimular o financiamento do setor rural
» Transformar o Brasil na nova potência bioeconômica do mundo
» Ampliar as parcerias comerciais
» Banco Central independente

 

(foto: Antônio Cruz/ABR)
(foto: Antônio Cruz/ABR)
Aécio Neves (PSDB)

» Criar o superministério da Agricultura, englobando outras pastas, como a Pesca, sem subordinação ao Ministério da Fazenda ou ao Banco do Brasil
» Choque de infraestrutura para estimular o investimento privado
» Ampliar, em quatro anos, de 9% para 60% as áreas plantadas que possuem seguro rural
» Adotar parcerias comerciais pragmáticas, não ideológicas
» Suspender, por dois anos, as desapropriações de fazendas invadidas

 

(foto: Antônio Cruz/ABR)
(foto: Antônio Cruz/ABR)
Dilma Rousseff* (PT)

» O governo ampliou recursos em 259% e diminuiu os juros para o Plano Safra ao longo dos últimos 12 anos
» Foram elevados, de R$ 280 milhões para R$ 700 milhões, os recursos para o Seguro Safra
» Destinação de R$ 3,5 bilhões para a construção de armazéns
» Demarcação de 17% do território para os índios
» Combate ao trabalho escravo no campo

 

*A petista aproveitou o discurso para enaltecer as ações do governo para o setor agrícola nos últimos anos


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