Brasília – A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu dois procedimentos para investigar as denúncias de manipulação em depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a Petrobras.
Na área civil, o alvo da apuração da procuradoria é identificar se houve improbidade administrativa. Já na área criminal, a investigação é de suposta fraude. A reação foi motivada por uma notícia-crime e uma representação encaminhadas pelo PSDB ao Ministério Público Federal. A investigação pode atingir agentes que têm prerrogativa de foro, já que os tucanos pedem, por exemplo, que a suposta atuação do senador José Pimentel (PT-CE), relator da CPI, seja investigada.
Esquecida durante os dias de Copa do Mundo, a crise da Petrobras voltou à agenda eleitoral depois da divulgação de um vídeo no qual há a indicação de que os depoimentos de Maria das Graças Foster (presidente da Petrobras), José Sérgio Gabrielli (ex-presidente da estatal) e Cerveró (ex-diretor da área internacional da empresa) tiveram as respostas combinadas com o governo.
Nas imagens, o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e o chefe do Departamento Jurídico da estatal na capital federal, Leonan Calderaro Filho, são flagrados admitindo que receberam, previamente, os questionamentos que seriam feitos aos depoentes. E insinuam que 80% das perguntas teriam sido elaboradas pelo assessor da liderança do PT no Senado Marcos Rogério.
Operação
A oposição montou uma ofensiva para tentar evitar que o recesso branco no Congresso Nacional, esvaziado no período de campanhas, prejudique o andamento da CPI da Petrobras. Os parlamentares adversários da presidente Dilma Rousseff querem convocar novamente Graça Foster, assim como outros envolvidos no episódio dos “gabaritos”. Uma enxurrada de requerimentos pedindo as convocações já foi protocolada.