A presidente Dilma Rousseff decidiu ampliar a investigação em relação ao escândalo do Wikipedia, que alterou dados nos currículos de dois jornalistas. A comissão de sindicância criada nesta segunda-feira, 11, pela Casa Civil, por determinação da presidente Dilma Rousseff, para apurar a utilização de equipamentos do Palácio do Planalto para alterar currículo de jornalistas no Wikipedia, irá examinar não só estes casos, mas todas as modificações pejorativas que tenham sido feitas com finalidade semelhante por servidores do governo.
O Diário Oficial desta terça-feira, 12, publicará portaria assinada pelo ministro Aloizio Mercadante, nomeando Valdir Simão e mais seis integrantes do governo para apurar tudo que for possível. A comissão tem 30 dias concluir os trabalhos.
Dilma, ao tomar conhecimento do ocorrido e da primeira resposta do governo, dada pela Secretaria de Comunicação da Presidência, de que era "tecnicamente impossível" encontrar os responsáveis pelo caso, resolveu tomar a frente e dar uma resposta à altura do caso, para evitar contaminação à sua campanha. Dilma quer responder às críticas de aparelhamento do Estado pelo PT para não deixar transparecer que não se incomoda com este tipo de invasão de privacidade, que chegou a chamar de absurda. A presidente também tem pressa na investigação e criou esta comissão da Casa Civil para apressar os trabalhos em relação ao prazo anterior dado pela Secretaria Geral, que era de 60 dias.
Além de Valdir Simão, comporão a comissão Renato da Silveira Martini, da Diretoria do Instituto de Tecnologia, Maurício Theodoro Mattos Marques, diretor de Tecnologia da Diretoria de Administração da Presidência, e Márcio Lopes de Freitas Filhos, assessor especial do Ministério da Justiça. Os servidores públicos Renato Machado de Souza, Francisco Eduardo Bessa e Marcelo Azambuja darão assessoramento técnico à comissão.
A portaria prevê que sejam investigadas irregularidades nas modificações do Wikipedia, bem como "as demais infrações conexas que surgirem no decorrer deste trabalho". A ideia do Planalto é tentar não deixar sem resposta as denúncias, apesar de em nenhum momento assegurarem que encontrarão os responsáveis.