São Paulo - Em depoimento à Polícia Federal, a contadora Meire Bonfim da Silva Poza, suspeita de envolvimento no esquema desbaratado pela operação Lava Jato, ligou o doleiro Alberto Youssef, figura central das investigações, ao governo do Maranhão. Segundo ela, Youssef negociou diretamente, a mando das construtoras UTC e Constran, o pagamento de R$ 6 milhões em propinas para que o governo maranhense antecipasse o pagamento de um precatório de R$ 120 milhões que beneficiava as empresas.
Questionada sobre quais pessoas estariam envolvidas, a contadora apontou um funcionário da Casa Civil, identificado como João Guilherme, a presidente do Instituto de Previdência do Maranhão, Maria da Graça Cutrim, o diretor financeiro do instituto, um assessor identificado pelo nome de Bringel, e uma procuradora do Estado.
A contadora afirma que se reuniu com um funcionário do governo do Maranhão, Adarico Negromonte, irmão do deputado Mário Negromonte (PP/BA), para entregar R$ 300 mil que "seriam parte do acordo". Ela declarou que o assessor lhe disse que teria que consultar a governadora porque o valor "era pouco".
"A respeito da referência feita em depoimento à Polícia Federal da sra. Meire Poza, sobre a afirmação do senhor Adarico Negromonte, pessoa a quem não conheço, só pode receber de minha parte indignação e repúdio pela maneira desrespeitosa e infame de tal hipótese”, declarou Roseana, em nota.
Segundo o texto, trata-se de uma ação de indenização proposta por uma empreiteira contra o Estado julgada procedente pela Justiça do Maranhão em tribunais superiores. "O governo do Estado cumpriu o decidido pela Justiça transitado em julgado de acordo com a lei, sem nenhum favorecimento."
Segundo o governo, pagar a empresa de forma parcelada permitiu alongar o perfil da dívida do Estado, tratando-se do primeiro precatório da fila fornecida pelo Tribunal de Justiça do Maranhão.