O MST disse também que Campos conhecia as questões fundiárias do País e "tinha clareza da necessidade de resolver o problema da concentração de terra no Brasil".
O movimento sem terra lamentou, assim, a morte prematura do ex-governador de Pernambuco. "Sem dúvida, sua morte prematura é uma grande perda para a política nacional, e os Sem Terra perdem um amigo e grande apoiador da luta pela terra e pela transformação social no País. O povo brasileiro também perde um político jovem e comprometido com as causas de um País mais justo".
Dívida
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues afirmou que "a agricultura brasileira tem uma dívida" com o candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), morto hoje, que "jamais pagará". Ele se refere ao empenho do ex-governador de Pernambuco, quando ministro da Ciência e Tecnologia, pela aprovação da Lei da Biossegurança. Rodrigues e Campos integraram a primeira equipe ministerial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e se aliaram em defesa da lei que criou regras para o cultivo de transgênicos no País.
Rodrigues lembrou que Campos foi o primeiro ministro com quem conversou dentro do grupo de trabalho criado por Lula para discutir o assunto e que o colega foi voz atuante em defesa da lei. "Ele foi o primeiro com quem tinha que falar, porque ele era ministro da Ciência e Tecnologia. Não gastei 15 minutos, ele foi rapidamente para o meu lado e engrossou minha posição e conseguimos vencer", disse o ex-ministro.
Presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Rodrigues lembrou da última conversa que teve com Campos, na semana passada, quando orientou o candidato para a sabatina realizada com os presidenciáveis na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
"Não há palavra que traduza meu sentimento em relação à morte (de Campos)", disse. "Infelizmente, nós agricultores vamos carregar aos nossos túmulos essa dívida com o Eduardo que não poderemos pagar", concluiu..